Ciência

Tratamento contra problemas cardíacos não precisa ser pausado em casos de covid-19, diz estudo

Pesquisa feita pelo Idor indica que tratamentos como iECAs e BRAs não precisam parar durante a terapia contra o novo coronavírus

Coronavírus: doença afeta o coração dos infectados (Getty Images/Getty Images)

Coronavírus: doença afeta o coração dos infectados (Getty Images/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 13h01.

Última atualização em 19 de janeiro de 2021 às 14h12.

Um estudo feito pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) apontou que o tratamento contra problemas cardíacos não precisa ser pausado durante internações por conta de quadros do novo coronavírus. De acordo com a pesquisa, "as intervenções para tratamentos cardíacos são neutras em pacientes com covid-19" e "não há indicação para a suspensão dos inibidores de ECA (iECA) e Bloqueadores de Receptor de Angiotensina (BRA) em uso por pacientes cardiopatas".

A pesquisa foi iniciada em março em 29 hospitais da Rede D'Or no Brasil e avaliou como o uso dos iECAs e dos BRAs impactaram os resultados clínicos dos infectados pelo SARS-CoV-2. Para isso, foram observados a média de tempo de internação e alta em 30 dias, o avanço da doença e as causas de mortalidade. Para a pesquisa, foram avaliados 659 pacientes com idades acima dos 18 anos e com níveis diferentes da doença.

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O estudo brasileiro é o primeiro randomizado do mundo a apresentar resultados em relação aos pacientes com hipertensão arterial e insuficiência cardíaca que contraíram a covid-19. Durante os testes, um grupo continuou recebendo o tratamento com iECA ou BRA, enquanto outro suspendeu as medicações.

"O que vimos ao longo do estudo é que não houve diferença nos desfechos clínicos observados entre aqueles que continuaram os tratamentos com medicamento para hipertensão e insuficiência cardíaca e aqueles que suspenderam os medicamentos descritos acima por 30 dias”, afirmou o dr. Renato Lopes, pesquisador do Idor, professor de medicina da Duke University e investigador principal do estudo, em comunicado enviado à EXAME.

A informação já havia sido divulgada em setembro do ano passado, em um congresso europeu sobre o assunto. Agora foi publicada na revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA), uma das mais prestigiadas no mundo.

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