Olhos: melanina é um pigmento natural que determina a cores do nosso corpo, como o tom da pele, dos cabelo e dos olhos (Mihai Tamasila/ Stock Exchange)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 09h35.
Elton John pede desculpas em “Your Song” porque não lembra se os olhos do seu amor são azuis ou verdes. A verdade é que o cantor pode ficar descansado: todos os olhos são, na realidade, castanhos.
A melanina é um pigmento natural que determina a cores do nosso corpo, como o tom da pele, dos cabelo e dos olhos.
Quanto maior a concentração de melanina, mais escura será a tonalidade nesses três quesitos. Só que a melanina é uma substância naturalmente marrom.
Na pele e no cabelo, isso é fácil de visualizar: as cores naturais são todas derivadas desse tom, sendo mais claras ou mais escuras, mais rosadas ou mais amareladas.
Nos olhos, os tons de azul, verde, amarelo e cinza não tem nada de pigmento – novamente, quem está em ação é apenas a melanina e seu tom amarronzado de sempre.
Então como olhos parecem tão coloridos? Para explicar o fenômeno é preciso misturar biologia e física, como afirma o especialista Dr. Gary Heiting, ao especial Color Scope da CNN.
Como na pele e no cabelo, temos concentrações diferentes de melanina nos olhos. O pigmento se acumula em pequenas unidades separadas, os melanocistos.
A quantidade de melanina que se acumula nos olhos depende da predisposição genética de cada um.
Para os cientistas, cores mais “claras” de olhos são fruto de mutações genéticas que levam a um depósito menor de melanina nessas áreas.
No início da vida, recém-nascidos podem não ter produzido ainda a quantidade total de melanina que terão durante a vida – por isso muitos bebês parecem nascer com olhos azuis, que vão escurecendo ao longo do tempo.
Essa é a parte biológica. As cores como as enxergamos vêm da física. De início, é importante lembrar que uma cor nada mais é que uma propriedade da luz interpretada por nossos olhos.
Em termos simples, a cor que percebemos em um objeto é resultado dos diferentes comprimentos de onda de luz que ele reflete – o que depende do objeto ser opaco ou translúcido, da iluminação e também do pigmento com que o objeto é coberto. Esses espectros de luz são compreendidos pelos nossos olhos como as cores.
É exatamente isso que acontece com os olhos coloridos. Quanto mais melanina, mais luz é absorvida na íris. Menos luz é, portanto, refletida, e temos um olho castanho escuro.
Em um olho azul, com pouca concentração de melanina, a luz é refletida em uma proporção bem maior. Ela passa por um processo chamado de dispersão, que faz com que a luz refletida seja emitida em comprimentos de onda mais curtos.
No “espectro de cores”, um comprimento curto de onda tende à cor azul.
Olhos verdes e cor de mel estariam no meio desse espectro, com uma quantidade mediana de melanina, e menos luz refletida/dispersa.
A dispersão da luz é um fenômeno que não está presente só nos nossos olhos – na atmosfera, inclusive, é ele que faz com que o céu seja interpretado pelos nosso cérebro como azul.
Essa matéria foi originalmente publicada no portal Superinteressante