Homens: pesquisador alerta que diferenças culturais também podem ter papel importante no comportamento (Getty Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 3 de julho de 2018 às 19h14.
Londres - A testosterona, o hormônio sexual masculino por excelência, aumenta as preferências dos homens por produtos das marcas relacionadas com um maior status social, diz um estudo publicado nesta terça-feira pela revista científica "Nature Communications".
A pesquisa, liderada pelo professor Hilke Plassmann, da escola de negócios do Instituto Europeu de Administração de Empresas (INSEAD, na sigla em francês), revelou que o consumo de bens que podem ser considerados de luxo se deve, em parte, a razões biológicas.
Para realizar este trabalho, foram escolhidos 243 homens de idade e contextos socioeconômicos semelhantes.
Aleatoriamente, metade deles recebeu uma pequena dose de testosterona similar à que o corpo poderia produzir em situações de emoção diária - como durante eventos esportivos ou quando sente atração por alguém - enquanto a outra parte tomou um placebo.
Em um primeiro teste, os homens tiveram que escolher entre duas marcas diferentes que tinham produtos de qualidade similar, mas com status social diferente.
O estudo revelou que aqueles que tinham recebido a dose de testosterona apresentaram uma preferência maior pelos bens associados a um status social superior.
Além disso, o segundo teste, que tinha como objetivo comprovar o vínculo entre a testosterona e os dois principais indicadores de uma posição social elevada - status e poder -, demonstrou somente uma relação entre o hormônio e o status.
Segundo os pesquisadores, as descobertas poderiam ser úteis para gerar novos contextos hipotéticos nos quais os homens, devido ao aumento da testosterona, possam estar mais predispostos a consumir produtos vinculados com maior nível social.
Apesar disso, Gideon Nave, um dos professores que participaram do estudo, advertiu que é necessário considerar que "as diferenças culturais podem ter um papel importante neste tipo de comportamento".
"As conclusões apresentam os primeiros dados teóricos sobre a base biológica das preferências de consumo de produtos relacionados com um status maior. No entanto, a pesquisa deve ser repetida em outros grupos populacionais", assinalou o pesquisador.