Ciência

Teste com tratamento promissor contra a covid-19 é interrompido nos EUA

Farmacêutica americana Eli Lilly interrompeu os testes com anticorpos retirados do plasma de pacientes já recuperados da doença

Eli Lilly: farmacêutica americana está envolvida em tratamentos contra o novo coronavírus (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

Eli Lilly: farmacêutica americana está envolvida em tratamentos contra o novo coronavírus (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 13 de outubro de 2020 às 16h59.

Última atualização em 13 de outubro de 2020 às 17h12.

A farmacêutica americana Eli Lilly interrompeu os testes de um tratamento desenvolvido para auxiliar pacientes infectados com covid-19. A interrupção aconteceu nesta terça-feira, 13, após uma recomendação do Grupo de Monitoramento de Segurança de Dados (DSMB, na sigla em inglês), que faz parte do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. A empresa informou que isso se deve a uma “preocupação de segurança”.

“Por precaução, o conselho independente de monitoramento de segurança de dados Activ-3 recomendou uma pausa na inscrição”, disse a porta-voz da Eli Lilly, Molly McCully, em um comunicado por e-mail, conforme reportado pela Reuters. “A Eli Lilly apoia a decisão independente de garantir cautelosamente a segurança dos pacientes que participam deste estudo.”

A Eli Lilly estava atuando no desenvolvimento de um medicamento que é baseado em anticorpos monoclonais e que é semelhante ao tratamento da Regeneron Pharmaceuticals, adotado para tratar o presidente Donald Trump, que contraiu o novo coronavírus no início deste mês. O mandatário já está recuperado da doença.

Em termos bastante simplificados, trata-se de um tratamento com base nos anticorpos retirados do plasma sanguíneo de um paciente infectado com o novo coronavírus, mas já curado da doença. O plasma é a parte líquida do sangue que contém a defesa imunológica. A ideia é separar os anticorpos que já combateram o vírus para multiplicá-los em laboratório.

O estudo estava sendo patrocinado pelo governo americano, que já havia inclusive recebido, via órgãos reguladores, pedidos da farmacêutica para a autorização do uso da terapia no uso de emergência. O pedido foi feito após a publicação de dados obtidos em setembro e que mostram que o tratamento ajudou a reduzir a taxa de hospitalização de pacientes com covid-19.

O mercado não reagiu bem à notícia. Nesta terça-feira, até a publicação desta reportagem, as ações da companhia listadas na Bolsa de Valores de Nova York já recuavam 3% no pregão. A empresa está avaliada em 143,3 bilhões de dólares.

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