Ciência

Terra gira mais rápido e dia mais curto do ano acontece nesta terça-feira, 5

Com uma rotação mais rápida, o dia de 5 de agosto de 2025 será 1,25 milissegundo mais curto que o habitual

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 5 de agosto de 2025 às 12h09.

Nesta terça-feira, 5, a Terra completará sua rotação em torno do próprio eixo de forma mais rápida do que o habitual, fazendo deste dia um dos mais curtos já registrados na história.

A duração do dia será aproximadamente 1,25 milissegundo menor que o padrão de 86.400 segundos (24 horas), o que, apesar de imperceptível para o cotidiano humano, representa um reforço significativo do movimento rotacional do planeta.

Essa tendência é uma continuidade de uma manifestação observada desde 2020, quando a Terra começou a girar mais rápido, estabelecendo uma série de registros de dias mais curtos.

Por exemplo, nos dias 9 e 22 de julho deste ano, a rotação também esteve acelerada, com dias 1,23 e 1,36 milissegundos mais curtos, respectivamente. O recorde atual foi registrado em 5 de julho de 2024, quando o dia teve uma redução de 1,66 milissegundo.

Causas da aceleração da rotação da Terra

As causas desse fenômeno ainda não são totalmente compreendidas pelos cientistas, mas diversas hipóteses são consideradas. Entre elas estão mudanças na velocidade de atividade do núcleo terrestre, deslocamentos de massa provocados pelo derretimento das geleiras, variações nas correntes oceânicas e atmosféricas, e a oscilação conhecida como “Chandler wobble”, que envolve movimentos dos polos geográficos.

Outro fator importante é a posição da Lua: quando o satélite natural se desloca para uma distância máxima ao norte ou ao sul da linha do Equador, influencia as marés e afeta a velocidade de movimentos da Terra, aumentando seu ritmo no curto prazo.

Impactos técnicos da aceleração da rotação da Terra

Essa atualização tem impactos técnicos importantes, especialmente em sistemas que dependem de precisão do tempo, como o GPS, redes de comunicação e transações financeiras globais.

Tradicionalmente, a desaceleração gradual da Terra impede a adição de segundos bissextos para manter a sincronia com o tempo atômico.

Agora, com a velocidade crescente, discute-se a necessidade da introdução de segundos negativos, ou seja, a remoção de um segundo para ajustar o relógio oficial, algo que ainda está sob análise pelas instituições responsáveis, como o Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS).

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