Goiás: tem urânio em Caldas Novas? (NASA/ Wanmei Liang/ USGS)
Redação Exame
Publicado em 25 de junho de 2025 às 13h59.
Última atualização em 25 de junho de 2025 às 14h18.
Uma fotografia recente feita pelo satélite Landsat 9, da Nasa, e divulgada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, gerou alvoroço nas redes sociais.
A imagem mostra uma formação geológica na Serra de Caldas, em Goiás, que alguns internautas compararam à usina de enriquecimento de urânio de Fordow, no Irã. O impacto foi imediato e choveram teorias sobre uma possível vigilância americana sobre o Brasil, principalmente entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao Metrópoles, o geólogo Valdir Silveira, diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (SGB), desmentiu as especulações. Afirmou que não há urânio na região e explicou que a formação geológica da Serra de Caldas é natural, originada por antigas atividades vulcânicas.
"A feição está localizada em Caldas Novas, Goiás. As termas estão ao redor da elevação geológica. Só tem águas quentes, não tem urânio", esclareceu.
A imagem, feita pelo satélite Landsat 9, resultado de uma parceria entre a Nasa e o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), mostra uma formação arredondada, que se eleva cerca de 300 metros acima da paisagem do Cerrado. A semelhança com instalações nucleares levou a comparações precipitadas nas redes sociais
A Serra de Caldas é uma formação geológica típica do Cerrado, conhecida pelas águas termais e o parque estadual, que atrai turistas com trilhas, mirantes e cachoeiras.
Já a usina de Fordow, no Irã, alvo recente de bombardeios, é uma instalação secreta construída sob uma montanha, voltada para o enriquecimento de urânio e envolta em um cenário de tensões internacionais.
Apesar das comparações, não há relação entre a formação goiana e atividades nucleares.