Ômicron: casos das subvariantes BA.4 e BA.5 passaram de 10,4% para 44% em quatro semanas (Naeblys/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 10 de junho de 2022 às 15h21.
Última atualização em 10 de junho de 2022 às 15h33.
A proporção de casos prováveis das subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron passaram de 10,4% para 44% em quatro semanas, reflexo da rápida disseminação do vírus, mostra análise do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) feita com dados da Dasa e DB Molecular.
O Instituto analisou 123.829 testes de RT PCR feitos pelos dois laboratórios de 1º de março a 4 de junho, quando o índice de positividade estava em 38,9%. Os dados são de todo o país, mas mostram predominância das subvariantes no Rio e em São Paulo.
"O aumento em pouco tempo mostra que essas variantes são mais transmissíveis, porque são capazes de superar a variante que então predominava. O fato inédito é que as variantes BA.4 e BA.5 são derivadas de BA.2. Essa é a primeira vez que está acontecendo isso na pandemia: uma variante derivada de outra se torna uma variante de preocupação, causando uma nova onda", diz José Eduardo Levi, virologista da Dasa.
Segundo o instituto, foi visto nas últimas semanas que a prevalência de casos prováveis das subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron vem aumentando de forma rápida, fato que explica o recente e forte aumento na positividade de testes", diz o Instituto, acrescentando que há casos prováveis da BA.4 e BA.5 em pelo menos 118 municípios de 12 estados, além do Distrito Federal.
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"Nesta semana, provavelmente estamos diante do pico de transmissão de BA.4 e BA.5, enquanto a BA.2 segue em declínio. Ao longo de junho e julho, devemos observar quedas de positividade e de casos, e os impactos da BA.4 e BA.5 à saúde pública tendem a ser inferiores à onda da BA.1. O aumento no número de casos de covid-19, no entanto, acende um alerta aos mais vulneráveis, como idosos, imunossuprimidos e não vacinados. As próximas semanas são cruciais para ampliar a cobertura vacinal contra a covid-19 e contra a gripe", alerta o instituto.
De acordo com o ITpS, desde meados de maio, há um avanço das subvariantes BA.4 e BA.5, que foram responsáveis pela última onda de casos na África do Sul. Lá, no entanto, houve menor proporção de casos graves e menor duração: cerca de oito semanas.
Cientistas sul-africanos descobriram que as duas novas sublinhagens da variante ômicron do coronavírus podem driblar anticorpos de infecções anteriores ao ponto de desencadear uma nova onda. Porém, as cepas são muito menos capazes de prosperar no sangue de pessoas vacinadas contra a covid-19, afirmaram.
(Agência O Globo)