O astrofísico Stephen Hawking: "manter alguém vivo contra sua vontade é indigno" (AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2015 às 10h18.
Londres - O físico britânico Stephen Hawking não descartaria a hipótese de se submeter a um suicídio assistido caso se sentisse como um peso e não pudesse fornecer nada mais ao mundo, admitiu em uma entrevista à emissora "BBC".
"Consideraria o suicídio assistido apenas se padecesse de uma grande dor, se sentisse que não tenho mais nada a oferecer ou se fosse um peso para aqueles que me rodeiam", destacou em entrevista à "BBC", que será exibida na íntegra no próximo dia 15, mas que teve alguns trechos adiantados nesta quarta-feira.
Hawking, que possui a doença degenerativa ELA (esclerose lateral amiotrófica), disse que "manter alguém vivo contra sua vontade é indigno".
Apesar de sua opinião, o autor do livro "Breve história do tempo", explicou que ficaria incomodado de morrer antes de descobrir e divulgar mais mistérios sobre o universo.
Ele, que em janeiro completou 73 anos, disse não sentir dor, mas que algumas vezes não se sente confortável, pois as limitações físicas dificultam sua capacidade de mudar de posição, por exemplo.
Além disso, o físico britânico, que se comunica através de um sintetizador de voz, revelou que às vezes se sente solitário, já que as pessoas têm medo de conversar com ele ou não têm paciência para esperar que escreva sua resposta.
"Às vezes estou tímido ou cansado. É difícil falar com gente que não conheço", admitiu.
Em 1964, o renomado cientista foi diagnosticado com a doença, mesmo assim desenvolveu uma brilhante carreira como físico.
Perguntado sobre o que sente mais sente saudades de sua vida antes do diagnóstico, o físico disse que "gostaria de poder nadar de novo".
"Quando meus filhos eram pequenos, também sentia falta de poder brincar com eles", acrescentou Hawking.