Ciência

Startup de saúde oferece descontos em medicamentos para funcionários

Aplicativo MediPreço oferece medicamentos com desconto para colaboradores de empresas parceiras; recentemente, a startup recebeu aporte de 1,6 milhão de reais

CEO Alexandre Máximo (esquerda) e COO Bruno Oliveira (direita) (MediPreço/Reprodução)

CEO Alexandre Máximo (esquerda) e COO Bruno Oliveira (direita) (MediPreço/Reprodução)

LP

Laura Pancini

Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 06h32.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2021 às 11h21.

Mais de metade dos brasileiros não segue os tratamentos indicados pelos médicos, de acordo com pesquisa do IBOPE Inteligência com a Assistência Farmacêutica Avançada. Sabendo deste desafio na área de saúde do Brasil, a startup MediPreço decidiu criar uma ferramenta que ajuda as pessoas a terem uma vida mais saudável.

Fundada em 2018, a healthtech permite que funcionários de empresas parceiras comprem medicamentos e produtos de saúde com descontos. Ela também usa a análise de dados coletados pelo aplicativo para oferecer soluções inteligentes de prevenção de doenças dentro das companhias.

Recentemente, a startup anunciou uma nova rodada de captação na ordem de 1,6 milhão de reais, liderada pelo fundo Valutia Capital e acompanhado pela Bossa Nova Investimentos e Uruau Participações. Empresas como Danone, Leroy Merlin, Laboratórios Sabin e Unimed/GO já fazem parte do portfólio da companhia, que totaliza 20 empresas e mais de 25 mil colaboradores. Ao todo, o aplicativo já recebeu mais de 1 milhão de instalações.

De acordo com Alexandre Máximo, CEO da MediPreço, a nova captação tem como finalidade principal a expansão da operação da companhia. “Em janeiro de 2020, adaptamos o nosso negócio, antes voltado ao público final, para atender empresas com mais de 300 colaboradores. Já contamos com parceiros comerciais em cinco estados brasileiros e, agora, queremos ampliar nossa presença no mercado. O objetivo é alcançar mais de 150 clientes até o fim do ano, com grande foco na região Sudeste”, revela.

A ideia para a MediPreço veio após a experiência de Alexandre na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Eu quis tentar entender como funcionava [a distribuição de medicamentos] e o que poderia ser feito para resolver um possível problema nacional de acesso à remédios, explica. Máximo descobriu que 53% dos brasileiros não seguiam as indicações dadas pelos seus médicos e muitos desistiam por conta do custo.

Isso causa um problema muito sério em todo o sistema de saúde, porque a base dela é o acesso ao tratamento. Se o tratamento é iniciado, você evita o adoecimento da população, conta o CEO. A MediPreço viu que tinha uma oportunidade de revolucionar a forma de comprar medicamentos e corrigir um problema social muito sério.

Como funciona a MediPreço

Aplicativo MediPreço

Visão do aplicativo MediPreço (MediPreço/Reprodução)

No aplicativo, os colaboradores pesquisam qualquer item de farmácia e recebem uma única opção de preço, que é a opção mais barata disponível no mercado. Dentro de 24 horas, o item estará disponível em um smart locker localizado no escritório (devido à pandemia, a entrega em delivery também se tornou uma alternativa de grande destaque, com o frete podendo ser coberto pela empresa parceira).

Tratamentos para casos crônicos também são um alvo da MediPreço. A empresa parceira se preocupa com seus colaboradores que precisam se medicar todo mês, porque, se ele fica sem tomar o remédio, a probabilidade dele adoecer ou entrar em um hospital é muito mais alta, conta Máximo. Por isso, o aplicativo sugere compras agendadas para quem precisa de medicamentos de forma regular, o que, de acordo com o CEO, otimiza a cadeia de suprimentos e garante o tratamento contínuo do colaborador.

Para quem trabalha na área de Recursos Humanos (RH) ou de Saúde, os dados anônimos dos colaboradores são armazenados e apresentados na plataforma para ter uma visão aprofundada do perfil epidemiológico dos funcionários com base no perfil de consumo. Não há como saber quem usa qual medicamento, mas é possível ver, por exemplo, a porcentagem de pessoas que compram ansiolíticos ou antidepressivos.

A MediPreço analisa estes dados junto com as áreas responsáveis da empresa e toma ações para auxiliar no tratamento dos colaboradores. No caso de uma taxa alta para ansiedade e depressão, uma sessão de terapia gratuita ou outras atividades que ajudam na saúde mental podem ser oferecidas.

Para Máximo, a pandemia do novo coronavírus causou um impacto em como as companhias enxergam a saúde de seus colaboradores. As empresas entenderam que a saúde do seu colaborador é a base da construção de algo de sucesso, conta. Elas começaram a procurar algum tipo de solução focada em uma visão digital e a MediPreço acaba sendo isso, porque ela está bem posicionada no início da área de saúde, que é justamente o acesso ao tratamento.

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