Alimentos: Spray impermeabiliza os alimentos, o que reduz a desidratação e, dessa maneira, permite manter melhor os sabores e aromas (bit245/Thinkstock)
EFE
Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 07h22.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2019 às 07h29.
Portugal - Eliminar o uso do plástico é um passo decisivo no caminho para conservar o planeta, e a partir disso surgiram alternativas biodegradáveis como sacos de silicone e tecidos encerados, porém, um último avanço promete ser revolucionário: um spray protetor natural.
A iniciativa surgiu após vários anos de pesquisa e de testes desenvolvidos por cientistas portugueses do Centro de Pesquisa de Montanha do Instituto Politécnico de Bragança (norte de Portugal), segundo explicou à Agência Efe a coordenadora, Isabel Ferreira.
A solução está no extrato de uma planta comum e um polímero de algas a partir dos quais foi criado este spray para espirrar nos alimentos sólidos e protegê-los durante um período de tempo.
"Por enquanto, não podemos revelar a fórmula alcançada e nem a planta da qual obtivemos o extrato", afirmou Isabel, já que o processo para o registro da patente ainda não está concluído.
O novo produto foi batizado de "Spraysafe" e é um tipo de tecnologia atingida a partir de uma série de experimentos com extratos de plantas com capacidade antioxidante, conservante e antimicrobiana.
Todos seus componentes têm base natural, por isso que é sustentável.
"Como nos extratos de plantas há antioxidantes, o spray reduz a oxidação dos alimentos", segundo a coordenadora.
Um segundo benefício é "sua capacidade antimicrobiana, já que reduz o crescimento de fungos, fermentos e bactérias".
Além disso, impermeabiliza os alimentos, o que reduz a desidratação e, dessa maneira, permite manter melhor os sabores e aromas.
Isabel também destacou outro benefício de sua aplicação, sobretudo para as grandes superfícies comerciais.
O spray permite ganhar tempo sobre a embalagem de plástico, o que resultará em lucro econômico e, sobretudo, reportará progressos no cumprimento das políticas conservacionistas do planeta, argumentou a pesquisadora.
Entre as limitações do "Spraysafe", até o momento, figura que só pode ser usado com alimentos sólidos.
"Neste momento, é aplicado principalmente em alimentos sólidos, tais como frutas cortadas e cogumelos, entre outros", explicou Isabel, que se mostrou esperançosa em poder usar este spray em outro tipo de produto, uma vez que, mais adiante, possam adaptar a tecnologia desenvolvida com outros polímeros naturais.
Embora "ainda seja prematuro", desde o Instituto Politécnico de Bragança esperam que em um futuro bastante próximo possam usar e comercializar o "Spraysafe".
Por enquanto, o spray tem que passar pelo processo de aprovação tanto dos órgãos oficiais de Portugal como das autoridades europeias, concretamente da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, que será a que, em uma última avaliação, dará validade para que possa ser comercializado.
A modo de teste, os pesquisadores lusos comprovaram que alimentos como os cogumelos e os frios se conservam muito bem se forem protegidos com o "Spraysafe". EFE