sonda (Divulgação/ESA)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 30 de abril de 2025 às 10h58.
Última atualização em 30 de abril de 2025 às 13h07.
Em março de 1972, a União Soviética lançou a sonda Kosmos 482 como parte da missão Venera, com o objetivo de explorar a atmosfera de Vênus.
No entanto, devido a uma falha no foguete Soyuz, a espaçonave não conseguiu escapar da órbita terrestre e permaneceu vagando ao redor do planeta por mais de cinco décadas.
Agora, conforme monitoramento realizado pelo pesquisador Marco Langbroek e publicado em seu blog SatTrackCam Leiden em 24 de abril em rastreamento orbital, a Kosmos 482 está prestes a retornar na atmosfera da Terra de forma descontrolada, com previsão para ocorrer por volta do dia 9 ou 10 de maio de 2025.
A data exata ainda pode variar devido à influência da atividade solar, que afeta a densidade da atmosfera superior e, consequentemente, a resistência encontrada pelo objeto em órbita.
A órbita atual da Kosmos 482 apresenta uma inclinação de aproximadamente 51,7 graus, o que significa que sua reentrada pode acontecer em qualquer ponto entre as latitudes 52° Norte e 52° Sul — abrangendo áreas que vão desde o Reino Unido até a Nova Zelândia.
A maior parte da superfície terrestre nessas latitudes é coberta por oceanos, aumentando a chance de que os destroços caiam em áreas remotas ou marítimas.
Pesando cerca de 495 kg e medindo aproximadamente 1 metro de diâmetro, o módulo de pouso da Kosmos 482 foi construído para suportar as condições extremas da atmosfera de Vênus, o que eleva a possibilidade de que partes da estrutura resistam à reentrada e atinjam o solo terrestre. Estima-se que, ao tocar o solo, os fragmentos possam atingir velocidades em torno de 240 km/h.
Existe uma pequena chance de que o paraquedas da sonda, projetado para sua descida em Vênus, possa se abrir durante a reentrada, mas especialistas consideram essa hipótese improvável. Caso isso não ocorra, o impacto será mais forte.
Embora o risco para pessoas e propriedades seja baixo, ele não é nulo. Por isso, agências espaciais e astrônomos continuam acompanhando a trajetória da Kosmos 482 para tentar prever com maior precisão o momento e o local da queda, além das condições da reentrada.