Ciência

Sonda Cassini completa sua imersão final na atmosfera de Saturno

Após quase 300 órbitas em volta de Saturno, Cassini ajudou a fazer descobertas importantes e a revolucionar o conhecimento sobre o planeta

A Sonda Cassini foi lançada ao espaço em 1997 (NASA/JPL-Caltech/Divulgação)

A Sonda Cassini foi lançada ao espaço em 1997 (NASA/JPL-Caltech/Divulgação)

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AFP

Publicado em 15 de setembro de 2017 às 10h06.

Última atualização em 15 de setembro de 2017 às 14h47.

A sonda Cassini fez sua imersão final na atmosfera de Saturno, encerrando uma missão de 13 anos, nos quais revolucionou o conhecimento sobre esse gigantesco planeta gasoso.

"O sinal da sonda desapareceu", afirmou Earl Maize, chefe da missão Cassini, depois que a sonda ficou sem combustível e se desintegrou na atmosfera de Saturno, como planejado pela Nasa para evitar qualquer dano às luas do planeta.

Segundo a Nasa, o fim da missão aconteceu às 08H55 (de Brasília).

Após quase 300 órbitas em volta de Saturno, Cassini ajudou a fazer descobertas importantes: os mares de metano líquido sobre Titã, a maior lua do planeta, e a existência de um vasto oceano de água salgada sobre a superfície glaciar de Encélado, outro dos seus mais de 50 satélites naturais.

Os dados coletados pelo espectrômetro a bordo de Cassini mostraram a presença de hidrogênio que emanava de fissuras na espessa camada de gelo de Encélado, o que revelou uma atividade hidrotermal propícia à existência de vida, explicaram os cientistas ao anunciar esta descoberta, em abril passado.

Cassini, uma sonda de 2,5 toneladas, foi lançada ao espaço em 1997, equipada com uma dezena de instrumentos. Em 22 de abril passado começou a primeira manobra que a fará mergulhar, nesta sexta-feira, na atmosfera de Saturno, onde se desintegrará.

Para isso, a nave se aproximou de Titã, aproveitando o empurrão gravitacional desta lua, para se colocar em órbita entre os anéis de Saturno e a parte superior da sua camada nebulosa. Tratou-se da primeira exploração deste espaço vazio de 2.700 km.

Cassini sobrevoou Titã pela última vez na terça-feira, e engenheiros da missão usaran informação coletada nesse encontro, que apelidaram de "beijo de despedida", para se assegur de que a nave estava na trajetória correta em direção à atmosfera do planeta gasoso.

As últimas manobras tiveram início às 07H14 GMT (04H14 de Brasília), mas o sinal só chegou à Nasa 86 minutos depois.

Um minuto depois, 1.510 km acima da camada nebulosa, as comunicações foram cortadas, e pouco depois Cassini começou a se desintegrar, segundo estimativas da Nasa.

A missão é um empreendimento conjunto da Nasa, da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Espacial Italiana. As agências europeias construíram a sonda Huygens transportada por Cassini, da qual se separou em dezembro de 2004 para chegar a Titã.

A missão Cassini-Huygen custou 3,26 bilhões de dólares. Os Estados Unidos contribuíram com 2,6 bilhões, a ESA com 500 milhões e a Itália com 160 milhões.

Giovanni Cassini, astrônomo italiano do século XVII, descobriu quatro luas de Saturno, enquanto seu contemporâneo Christiaan Huygens era um matemático holandês que determinou que este planeta tinha anéis e observou Titã pela primeira vez.

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