Os detalhes da descoberta revelada pelo mapeamento (Takeshi Inomata/Reuters)
O passado e o futuro se fundiram em uma descoberta arqueológica rara. Um levantamento aéreo utilizando sensoriamento remoto, chamado Lidar, o mesmo usado pela Uber e outras empresas para guiar os carros sem motorista na direção correta, revelou centenas de centros cerimoniais mesoamericanos, no México, incluindo uma grande instalação em um sítio importante para a antiga cultura olmeca, conhecida por suas colossais esculturas de cabeças de pedra.
Com o método que funciona como os olhos dos carros autônomos, foram localizados 478 centros cerimoniais em áreas que foram habitadas pelas culturas antigas olmeca e maia, aproximadamente entre os anos 1100 e 400 antes de Cristo. O estudo, divulgado na segunda-feira, 26, foi o maior levantamento envolvendo a Mesoamérica antiga, cobrindo todo o Estado de Tabasco, o sul do Estado de Veracruz e áreas de Chiapas, Campeche e Oaxaca.
Um grande centro cerimonial foi avistado no sítio olmeca chamado anteriormente de San Lorenzo, localizado em Veracruz nas planícies próximas ao Golfo do México, e que teve seu auge entre os anos 1400 e 1000 antes de Cristo. Os olmecas representaram a mais antiga grande civilização mesoamericana e acredita-se que tenham influenciado culturas posteriores, incluindo os maias.
O arqueólogo Takeshi Inomata, da Universidade do Arizona, que liderou o estudo publicado na revista Nature Human Behaviour, disse que o Lidar detectou um espaço cerimonial grande e retangular debaixo da terra que antes era desconhecido em San Lorenzo.
O local tem cerca de mil metros de comprimento por 275 de largura, com 20 plataformas ao redor de suas bordas, levemente elevadas sobre o perímetro. Não se sabe ao certo o propósito da instalação, mas acredita-se que pode ter sido uma praça onde grandes números de pessoas se reuniam para alguns tipos de cerimônias, enquanto as plataformas ao redor da praça podem ter sido residências, disse Inomata.
(Com Reuters)