Ciência

Sensor à venda no Brasil aposenta picadas em dedos de diabéticos

FreeStyle Libre, da farmacêutica Abbott, permite controle contínuo dos níveis de glicose sem a necessidade da tradicional e inconveniente picada no dedo

FreeStyle Libre: produto da Abbott dá fim a picadas nos dedos de diabéticos (Abbott/Divulgação)

FreeStyle Libre: produto da Abbott dá fim a picadas nos dedos de diabéticos (Abbott/Divulgação)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 5 de novembro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 5 de novembro de 2017 às 08h00.

São Paulo – Um produto promete mudar a vida de pacientes que convivem com a diabetes. Ele é capaz de fazer medições do nível de glicose sem a necessidade da tradicional picada no dedo. O nome do produto é FreeStyle Libre, da farmacêutica Abbott.

Lançado no ano passado aqui no Brasil e vendido em caráter de exclusividade pela farmácia Onofre, o produto acaba de receber licença por parte da Anvisa para uso infantil. O FreeStyle Libre consiste na combinação de um sensor aplicado à pele e um leitor—em alguns países, há permissão para uso de um smartphone substituindo o leitor, mas ainda não no Brasil.

Uma demonstração do produto foi acompanhada pelo site EXAME. A coleta dos dados é extremamente rápida e dispensa a incômoda e tradicional picada no dedo. O trabalho, em comparação a métodos anteriores de medição, é mais veloz e simples.

Além da taxa atual de glicose no sangue, o paciente pode ver um histórico de oito horas. Jared Watkin, vice-presidente da divisão de diabetes da Abbott, explica que esse tipo de informação é muito valioso para diabéticos. Entender como o corpo funciona pode levar a mudanças em hábitos que trarão benefícios, como saber que é preciso fazer um lanche antes de dormir--ou deixar de fazer um lanche em determinado horário.

O resultado da praticidade na medição do nível de glicose com o FreeStyle Libre é um número maior de medições por dia. De acordo com uma análise da própria Abbott, os usuários do sensor monitoram os níveis de glicose em média 16 vezes por dia--número acima do recomendado por médicos.

Outro levantamento da farmacêutica usando 86 milhões de horas de monitoramento mostrou que o maior número de leitura diminui os casos de hipoglicemia e melhora o resultado na gestão da diabetes.

O processo de aplicação do sensor, que é feito em casa, é bastante simples e leva pouco tempo. Com auxílio de um acessório ao qual se prende o medidor, o usuário deve aplicar pressão na parte traseira do braço, onde esse aparelho circular ficará acoplado à pele. Para as medições, basta aproximar o leitor do sensor.

A má notícia é que esse sensor deve ser trocado a cada 14 dias. Mas a troca de diversos furos no dedo por dia para uma troca de sensor a cada duas semanas não é nada mal.

Watkin afirmou que a empresa pesquisa em melhorias futuras para pacientes diabéticos. Uma parceria recente com a empresa Bigfoot Biomedical pretende alinhar medições com um aparelho que faça aplicações de insulina de forma automatizada. Esse tipo de solução, no entanto, é apenas para o futuro.

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