Ciência

Segunda-feira de matar: risco de infarto é maior no primeiro dia útil da semana, diz estudo

Dados foram levantados por pesquisadores do Belfast Health and Social Care Trust e do Royal College of Surgeons, que analisaram registros hospitalares de mais de 10 mil pacientes entre 2013 e 2018

A pesquisa observou um pico de ocorrências do tipo STEMI, quando uma artéria coronária é completamente bloqueada, logo no início da semana útil (Thinkstock)

A pesquisa observou um pico de ocorrências do tipo STEMI, quando uma artéria coronária é completamente bloqueada, logo no início da semana útil (Thinkstock)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 11h02.

Última atualização em 4 de agosto de 2025 às 11h35.

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As segundas-feiras são difíceis para você? Bem, saiba que não é um sentimento isolado: ela pode ser mais perigosa do que parece. Um estudo irlandês revelou que o risco de sofrer um infarto agudo do miocárdio — o tipo mais grave de ataque cardíaco — é 13% maior no primeiro dia útil da semana. 

Os dados foram levantados por pesquisadores do Belfast Health and Social Care Trust e do Royal College of Surgeons, que analisaram registros hospitalares de mais de 10 mil pacientes entre 2013 e 2018.

A pesquisa observou um pico de ocorrências do tipo Stemi, quando uma artéria coronária é completamente bloqueada, logo no início da semana útil. A hipótese mais aceita para esse aumento é o estresse gerado pela volta ao trabalho após o fim de semana, fator que pode desregular hormônios como o cortisol, relacionado a doenças cardiovasculares.

Ritmo biológico alterado

Outra explicação possível é a mudança no ritmo circadiano, o ciclo natural de sono e vigília do corpo humano. "Presumimos que tenha algo a ver com a forma como o ritmo circadiano afeta os hormônios circulantes, que podem influenciar ataques cardíacos e derrames", disse o cardiologista Jack Laffan, líder do estudo.

O alerta se torna ainda mais urgente quando se observa o cenário brasileiro. Estima-se que entre 300 mil e 400 mil infartos ocorram por ano no país, sendo essa a principal causa de morte por doenças cardiovasculares. Dados do SUS mostram que as internações por infarto aumentaram mais de 25% entre 2016 e 2022, passando de 81,5 mil para mais de 100 mil.

O risco também cresce entre diferentes gêneros. De acordo com o Instituto Nacional de Cardiologia, entre 2008 e 2022, o número de internações por infarto subiu 158% entre homens e 157% entre mulheres. O dado reforça a necessidade de atenção especial à saúde cardiovascular, especialmente nos momentos de maior carga emocional e física, como o início da semana.

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