Ciência

Segunda dose da AstraZeneca não aumenta risco de trombose, mostra estudo

O estudo, publicado na revista médica Lancet, descobriu que a taxa estimada de síndrome de trombose com trombocitopenia (TTS) após a primeira dose era de 8,1 a cada milhão de imunizados

 (Yves Herman/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de julho de 2021 às 13h54.

Última atualização em 28 de julho de 2021 às 13h57.

A vacina da AstraZeneca contra a covid-19 tem um pequeno risco extra de raros coágulos de sangue com baixas plaquetas após a primeira dose e nenhum risco extra após a segunda, de acordo com um estudo liderado e financiado pela farmacêutica nesta quarta-feira, depois de preocupações com os efeitos colaterais.

O estudo, publicado na revista médica Lancet, descobriu que a taxa estimada de síndrome de trombose com trombocitopenia (TTS) após a primeira dose era de 8,1 a cada milhão de imunizados, disse a AstraZeneca.

Após a segunda dose da vacina, batizada de Vaxzevria e inventada pela Universidade de Oxford, a taxa foi de 2,3 a cada milhão, comparável ao que é visto em pessoas não vacinadas, acrescentou a empresa anglo-sueca.

A vacina da AstraZeneca enfrentou diversos obstáculos, como atrasos na produção, e raros casos de efeitos colaterais severos, incluindo o TTS, que levou muitos países a restringir ou interromper o uso da vacina, gerou inquéritos de órgãos reguladores e rótulos com alertas.

O órgão regulador de remédios da União Europeia tem investigado casos de TTS desde março e descobriu uma possível ligação com a Vaxzevria e com a vacina de dose única da Johnson & Johnson contra a Covid-19. No entanto, manteve que os benefícios gerais das duas vacinas são maiores do que qualquer risco que elas representam.

As descobertas de quarta-feira avaliaram casos relatados até 30 de abril que ocorreram dentro de 14 dias da aplicação da primeira ou da segunda dose, usando a base de dados de segurança global da AstraZeneca, disse a empresa.

ATENÇÃO DA IMPRENSA

A atenção do público à vacina tem sido alta porque ela é considerada como talvez a melhor arma que o mundo possui contra a pandemia porque é barata e facilmente transportável.

O estudo afirmou que as limitações da análise incluem a confiança em dados fornecidos por profissionais de saúde e os vacinados, o que pode levar a uma subnotificação de casos.

Acrescentou que "a maior atenção da mídia pode ter levado a uma classificação incorreta do evento".

Até a data limite, 13 casos de TTS foram identificados ao redor do mundo após a segunda dose em pessoas entre 45 e 85 anos, incluindo oito mulheres. Cerca de 399 casos foram registrados após a primeira dose, segundo o estudo, e os dados usados para o número de doses aplicadas foram limitados à UE, ao Espaço Econômico Europeu e ao Reino Unido.

"A menos que o TTS tenha sido identificado após a primeira dose, esse resultado apoia a administração do cronograma de duas doses da Vaxzevria, como indicado, para ajudar a proteger contra a Covid-19, incluindo contra a ascensão de variantes", disse o executivo-sênior da AstraZeneca, Mene Pangalos, em comunicado.

A reguladora de remédios da UE aconselhou contra a segunda dose de AstraZeneca para pessoas que relataram TTS após a primeira dose.

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