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SBPC propõe olimpíada de ciências paralela à Jogos de 2016

“Como é que faz para que o jovem deseje não só queira ser igual ao Neymar", perguntou Helena Nader

Laboratório da Dow Brasil de Jundiaí: Além de uma olimpíada do conhecimento paralela à Rio 2016, a SBPC e a ABC propuseram uma olimpíada de inovação  (Divulgação)

Laboratório da Dow Brasil de Jundiaí: Além de uma olimpíada do conhecimento paralela à Rio 2016, a SBPC e a ABC propuseram uma olimpíada de inovação (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2012 às 17h57.

Brasília – A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciência (ABC) propuseram ao governo federal promover paralelamente aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, uma olimpíada internacional do conhecimento com competições em diversas disciplinas (astronomia, matemática, física, química, biologia, por exemplo) e em diferentes níveis de ensino.

“O que nós propusemos foi o Brasil aproveitar os Jogos para fazer também uma olimpíada do conhecimento envolvendo diferentes áreas do saber. A ideia é envolver as escolas em um processo de difusão do conhecimento”, explicou a presidente da SBPC, Helena Nader.

Ela quer que, desde o ensino fundamental, os estudantes se inspirem nos cientistas, bem como nos esportistas. “Como é que faz para que o jovem deseje não só queira ser igual ao Neymar, mas também queira subir ao pódio porque fez uma prova sensacional de matemática, português ou ciências?”, perguntou Helena". Para ela, a olimpíada do conhecimento pode ser um grande estímulo para a aprendizagem e até para a carreira científica.

A proposta dos cientistas foi bem recebida pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, que reúnem em Brasília os organizadores das diversas olimpíadas que se realizam periodicamente no Brasil, tais como as de Matemática, da Língua Portuguesa e de Astronomia e Astrofísica.

“Esta será a melhor herança [da Rio 2016]: criar espírito olímpico na sala de aula em busca do conhecimento”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Segundo ele, é preciso primeiro unificar o calendário das olimpíadas nacionais até 2015 e, “em 2016, tentar construir a primeira olimpíada do conhecimento e da juventude internacional para entrar no calendário olímpico”.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, também gostou da proposta. “As olimpíadas estão se transformando em plataforma educacional. Elas são estruturadas de tal maneira que vão muito além do concurso que promovem”, disse Raupp, ao lembrar que as olimpíadas integram a educação básica e o ensino superior. Os estudantes premiados são incentivados a continuar estudando (eles recebem bolsa de iniciação científica, ganham pontos para participar do Programa Ciência sem Fronteira e podem garantir bolsa de mestrado).

O secretário de Educação Básica do MEC, Antonio Cesar Russi Callegari, garantiu que as olimpíadas de cada disciplina não perderão a identidade. O propósito é criar “uma grande mostra premiativa” que dê destaque e projeção aos estudantes e professores. Ele lembrou que o Brasil já participa, com destaque, de olimpíadas internacionais de educação profissional, com alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Além de uma olimpíada do conhecimento paralela à Rio 2016, a SBPC e a ABC propuseram uma olimpíada de inovação e empreendedorismo e que sejam instalados museus de ciência nos estádios de futebol em construção ou reforma para a Copa do Mundo de 2014. “Podemos ensinar física com o movimento dos atletas; ou ensinar química e biologia com a contração dos músculos”, sugeriu a cientista.

As olimpíadas do conhecimento são consideradas grande sucesso pelo governo e pela comunidade científica. Este ano as Olimpíadas Brasileiras de Matemática contam com a participação de 19 milhões de estudantes de escola pública.

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