Brasil

Saúde derruba qualidade de vida do brasileiro, aponta CFM

Baseado em levantamentos realizados por organismos internacionais, o conselho constatou timidez nos investimentos públicos em saúde no Brasil


	Médico medindo a pressão de paciente em hospital: de acordo com o CFM, todos os países que investem mais em saúde têm uma taxa maior de médicos por mil habitantes
 (Getty Images/Carsten Koall)

Médico medindo a pressão de paciente em hospital: de acordo com o CFM, todos os países que investem mais em saúde têm uma taxa maior de médicos por mil habitantes (Getty Images/Carsten Koall)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 16h24.

Brasília - O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou hoje (20) nota em que relaciona o baixo investimento do governo na saúde pública ao mau desempenho do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ranking no qual o país ocupou 84ª posição entre os 187 países avaliados.

“Trata-se de uma posição nada lisonjeira para quem se coloca entre os dez mais ricos do mundo, com pretensões de ser a sexta economia do mundo”, diz o primeiro-vice-presidente do CFM, Carlos Vital.

Baseado em levantamentos realizados por organismos internacionais, o conselho constatou timidez nos investimentos públicos em saúde no Brasil, com reflexo nos resultados alcançados pelo modelo brasileiro nos campos do cuidado, prevenção e promoção de saúde.

Segundo o CFM, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o governo brasileiro tem uma participação menor do que as suas possibilidades no financiamento da saúde pública, figurando em último lugar entre os países que têm modelo público e acesso universal à saúde.

A concentração dos médicos nas grandes cidades é apontada como fator que contribui para a desigualdade de acesso da população ao sistema de saúde. Segundo cálculos do conselho, os 373 mil médicos que atuam no Brasil seriam suficientes para atender a demanda, caso houvesse políticas públicas de incentivo à fixação de profissionais em municípios pequenos, principalmente do Nordeste do país e da região amazônica.

De acordo com o CFM, todos os países que investem mais em saúde têm uma taxa maior de médicos por mil habitantes e estão mais bem posicionados no ranking do IDH. Além disso, contam com uma expectativa média de vida maior e menores taxas de mortalidade neonatal (primeiros 28 dias de vida), segundo relatório de Estatísticas Sanitárias 2012 da OMS.

Para o conselho, o esforço público brasileiro poderia ser maior ou melhor orientado se o país contasse com uma visão estruturante na gestão da saúde e os avanços na esfera econômica fossem estendidos ao campo das políticas sociais.

O Ministério da Saúde foi procurado pela Agência Brasil, mas não se pronunciou até o fechamento da matéria.

Acompanhe tudo sobre:IDHMedicinaSaúdeSaúde no Brasil

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas