Vacina: nova opção da Sanofi teve fase de testes aprovada pelos EUA (Chris Clor/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 3 de setembro de 2020 às 16h01.
Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 19h06.
A farmacêutica francesa Sanofi, em parceria com a britânica GlaxoSmithKline, recebeu a aprovação dos Estados Unidos para iniciar as fases 1 e 2 de testes de sua vacina contra o novo coronavírus no país.
Os testes acontecerão em 11 lugares nos Estados Unidos com cerca de 440 pessoas. O objetivo da companhia é ter uma base de dados robusta em relação à capacidade da vacina de induzir uma resposta imune, sua segurança e tolerância nos voluntários até dezembro, quando é esperado, também, que se inicie a terceira e última fase de testes clínicos para a proteção. O objetivo da companhia francesa é que a vacina seja aprovada na primeira metade de 2021.
A vacina da Sanofi é baseada na proteína do vírus, espécie de proteção bastante utilizada e que já teve sucesso contra outras doenças, como a hepatite B, e já é uma tecnologia conhecida pela companhia francesa, que desenvolveu vacinas contra o influenza com base na mesma tecnologia.
Ambas farmacêuticas pretendem produzir até 1 bilhão de doses da vacina no ano que vem, sendo que 100 milhões de doses já estão reservadas para os Estados Unidos (em um acordo de 2,1 bilhões de dólares) e outras 60 milhões para o Reino Unido. Apesar disso, as empresas afirmaram que estão comprometidas em produzir a proteção em uma escala global.
“Como um dos líderes mundiais em vacinas, temos um legado na descoberta, desenvolvimento e produção para atender a demanda global por vacinas contra diversas doenças infecciosas. Nosso conhecimento científico e longo histórico em atuar em situações emergenciais estão voltados à mobilização global para o enfrentamento conjunto da crise de saúde causada pela COVID-19. Por isso, consideramos que cada passo é muito importante”, afirmou Ana Garcia-Cebrian, Gerente Geral da Sanofi Pasteur no Brasil, com exclusividade à EXAME.
A vacina integra um grupo intenso de 176 potenciais sendo pesquisadas contra o SARS-CoV-2 no mundo. Desse total, 34 vacinas estão em fase de testes clínicos em humanos, segundo o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Uma pesquisa aponta que as chances de prováveis candidatas para uma vacina dar certo é de 6 a cada 100 e a produção pode levar até 10,7 anos. Para a covid-19, as farmacêuticas e companhias em geral estão literalmente correndo atrás de uma solução rápida.
Nenhum medicamento ou vacina contra a covid-19 foi aprovado até o momento para uso regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais.
Para uma vacina ou medicação ser aprovada e distribuída, ela precisa passar por três fases de testes. A fase 1 é a inicial, quando as empresas tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos; a segunda é a fase que tenta estabelecer que a vacina ou o remédio produz, sim, imunidade contra um vírus, já a fase 3 é a última fase do estudo e tenta demonstrar a eficácia da droga.
Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando essa fase é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário. Por fim, na fase 4, a vacina ou o remédio é disponibilizado para a população.