Ciência

Russo é voluntário para primeiro transplante de cabeça

Homem de 30 anos tem síndrome terminal muscular. Médico italiano quer fazer primeiro transplante de cabeça da história em 2017

Valery Spiridonov: voluntário deve ser o primeiro a ser submetido a um transplante de cabeça (Reprodução/YouTube/RT)

Valery Spiridonov: voluntário deve ser o primeiro a ser submetido a um transplante de cabeça (Reprodução/YouTube/RT)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 11 de abril de 2015 às 13h47.

Última atualização em 17 de novembro de 2017 às 17h22.

São Paulo – Um russo se voluntariou para ser a primeira pessoa submetida a um transplante de cabeça na história. A expectativa é que a cirurgia seja feita dentro de dois anos, em 2017.

O homem, Valery Spiridonov, sofre de uma doença muscular terminal chamada Síndrome de Werdnig-Hoffman. O voluntário de 30 anos acredita que a cirurgia pode ser uma chance de prolongar sua vida. Ele ainda acredita que os benefícios que o procedimento irá gerar em pesquisas são valiosos.

“Tenho muito interesse em tecnologia e qualquer assunto progressivo que possa mudar a vida das pessoas para melhor”, disse Sporidonov em uma entrevista ao Russia Today. “Fazer isso é uma grande oportunidade para mim, mas também criará uma base científica para futuras gerações, independente de qual seja o resultado.”

O transplante deve ser realizado pelo médico italiano Sergio Canavero, diretor do grupo de neuromodulação avançada de Turim. Canavero anunciou o plano de realizar o primeiro transplante de cabeça em 2013.

A ideia é transplantar a cabeça de Spiridonov para um corpo que tenha sofrido morte cerebral.

A estimativa é que a cirurgia possa ser realizada em 2017. A operação é muito complexa. Ela deve durar cerca de 36 horas. Os custos estão estimados em 11 milhões de dólares e envolverá 150 médicos e enfermeiros.

Depois do transplante, Sporidonov ficará em coma entre três e quatro semanas, para permanecer imóvel. Ele será medicado para que não haja qualquer forma de rejeição do corpo à cabeça.

Médicos e especialistas acreditam que o transplante de cabeça não é possível na prática, entre eles o presidente da Associação Americana de Neurocirurgiões, Dr. Hunt Batjer. “Eu não deixaria ninguém fazer isso comigo, existem muitas coisas piores do que a morte”, afirmou ele à CNN em entrevista.

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