Ciência

Roche testa novo remédio para impedir avanço do Alzheimer em fase silenciosa

Estudo vai avaliar se composto experimental consegue prevenir sintomas em pessoas com risco elevado

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 28 de julho de 2025 às 06h25.

A farmacêutica Roche vai iniciar um estudo clínico de fase avançada para testar se um novo medicamento experimental consegue impedir o surgimento de sintomas do Alzheimer. De acordo com reportagem da Bloomberg, a pesquisa foca em pessoas que já apresentam sinais cerebrais iniciais da doença, mas ainda não sofrem com o declínio cognitivo.

Segundo comunicado divulgado pela empresa neste domingo, 27, o foco será tratar indivíduos com risco elevado antes do aparecimento dos sintomas. A meta é interromper ou ao menos retardar a progressão da doença em sua fase silenciosa. Outras farmacêuticas, como Biogen, Eli Lilly e Eisai, também realizam pesquisas no mesmo seguimento. 

Como o medicamento funciona

Esse será o terceiro grande estudo com o “trontinemab”, que usa uma tecnologia chamada “brain shuttle” (tradução livre para “transporte cerebral”) para atravessar a barreira hematoencefálica e entregar o medicamento diretamente no cérebro. 

Segundo a reportagem, o composto é uma versão atualizada do “gantenerumab”, um estudo anterior da Roche que não conseguiu apresentar resultados positivos.

Assim como outros tratamentos recentes - como Leqembi, da Eisai e Biogen, e Kisunla, da Lilly -, o trontinemab tem o objetivo de remover do cérebro a proteína amiloide, associada ao desenvolvimento do Alzheimer.

Além do novo remédio, a farmacêutica também trabalha em um exame de sangue que possa detectar a doença em sua fase pré-clínica. Um estudo europeu publicado na revista Alzheimer’s and Dementia, em 2022, estimou que cerca de 315 milhões de pessoas no mundo estejam nesse estágio silencioso da doença.

Acompanhe tudo sobre:DoençasMal de AlzheimerIndústria farmacêutica

Mais de Ciência

Novo estado da matéria quântica intriga pesquisadores e pode mudar a tecnologia espacial

Raro buraco negro a 40 mil anos-luz é encontrado pela NASA

Nova aposta da ciência para salvar a alimentação vem do fundo do mar – e pode te surpreender

A Terra pode ficar no escuro por 6 minutos em agosto? Entenda se o fenômeno vai (ou não) acontecer