Ciência

Remédio para pressão alta reduz mortalidade da covid-19, diz estudo

Pesquisa feita por universidade britânica com quase 29 mil pessoas aponta que uso prévio de medicação pode diminuir gravidade dos casos em hipertensos

Remédio para pressão alta reduz mortalidade da covid-19, diz estudo (axllll)

Remédio para pressão alta reduz mortalidade da covid-19, diz estudo (axllll)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 24 de agosto de 2020 às 10h43.

Última atualização em 24 de agosto de 2020 às 13h59.

Uma pesquisa feita pela Universidade de East Anglia, no Reino Unido, com 28.872 pacientes que já fazem o uso de remédios para pressão alta, apontou que eles são capazes de reduzir a mortalidade do novo coronavírus.

O risco de quadros graves da covid-19 também foi reduzido em pacientes com pressão alta (integrantes do grupo de risco da doença) que tomavam medicamentos inibidores da enzima conversora da angiotensina ou bloqueadores de angiotensina previamente, como o losartana e o captopril.

Os inibidores do sistema renina-angiotensina (RAAS) também são utilizados para outras doenças cardiovasculares, segundo os pesquisadores, como infarto do miocárdio, doenças crônicas dos rins e derrame cerebral --- condições que podem aumentar o risco de morte por infecção pela covid-19.

Para os cientistas, embora a descoberta seja importante, ainda não foi provado se o uso dos remédios é eficaz em pessoas que não faziam um tratamento prévio para hipertensão, ou seja, para aqueles que não tomavam a medicação identificada anteriormente. Então o uso deliberado da medicação não é recomendado para fins de proteção contra o vírus.

O estudo feito pelos cientistas revisou outros 19 já existentes sobre o tema, usando a meta-análise (quando diversos estudos sobre um mesmo tema são analisados a fim de comprová-lo), e foi publicado no jornal científico Current Atherosclerosis Reports.

A corrida pela cura

Nunca antes foi feito um esforço tão grande para a produção de uma vacina em um prazo tão curto — algumas empresas prometem que até o final do ano ou no máximo no início de 2021 já serão capazes de entregá-la para os países. A vacina do Ebola, considerada uma das mais rápidas em termos de produção, demorou cinco anos para ficar pronta e foi aprovada para uso nos Estados Unidos, por exemplo, somente no ano passado.

Uma pesquisa aponta que as chances de prováveis candidatas para uma vacina dar certo é de 6 a cada 100 e a produção pode levar até 10,7 anos. Para a covid-19, as farmacêuticas e companhias em geral estão literalmente correndo atrás de uma solução rápida.

Nenhum medicamento ou vacina contra a covid-19 foi aprovado até o momento para uso regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais.

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