Ciência

Quem se sente mais jovem tem cérebro que envelhece devagar

Estudo indica que pessoas de idade avançada com cérebros "jovens" têm mais massa cinzenta

 (Jupiterimages/Thinkstock)

(Jupiterimages/Thinkstock)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 7 de julho de 2018 às 05h55.

Última atualização em 7 de julho de 2018 às 11h09.

São Paulo – Um novo estudo da Universidade de Nacional de Seoul, da Coreia do Sul, ligou pela primeira uma característica subjetiva ao contexto biológico e concluiu que quem se sente mais jovem pode ter cérebro que envelhece mais devagar do que o de outras pessoas.

A idade avançada por causa declínio cognitivo em humanos, mas o envelhecimento não funciona de maneira igual para todo mundo. Com nossos corpos em constante transformação, esse processo pode afetar de maneira diferente nossos cérebros.

"Por que algumas pessoas se sentem mais novas ou mais velhas do que a idade que realmente têm? Algumas possibilidades incluem estados depressivos, diferenças de personalidade e saúde física. Entretanto, ninguém havia investigado o processo de envelhecimento cerebral como uma possível razão para diferenças na idade subjetiva", afirma Jeanyung Chey, do Departamento de Psicologia da Universidade de Seoul.

Para realização do estudo, disponível no jornal científico Frontiers of Aging Neuroscience, foram analisadas imagens de ressonância magnética de 68 pessoas com idades entre 59 e 84 anos. Quem dizia ter cabeça jovem realmente apresentou melhores resultados em testes de memória e estava menos suscetível a sintomas da depressão. Não só isso: os cérebros dessas pessoas tinham também mais massa cinzenta, ligada a melhores resultados em testes de QI, do que as que reportaram se sentir com a idade que realmente tinham ou mais velhas.

Ainda são necessárias mais pesquisas científicas sobre o tema, até porque um estudo só não é o suficiente para estabelecer uma relação clara de causa e efeito. Há também questões a serem respondidas, como a relação entre a disposição das pessoas com cérebros jovens e um estilo de vida mais ativo e vice-versa.

Acompanhe tudo sobre:Bem-estarPesquisas científicasSaúde

Mais de Ciência

Pesquisadores britânicos descobrem novo grupo sanguíneo

Há quase 50 anos no espaço e a 15 bilhões de milhas da Terra, Voyager 1 enfrenta desafios

Projeção aponta aumento significativo de mortes por resistência a antibióticos até 2050

Novo vírus transmitido por carrapato atinge cérebro, diz revista científica