Ciência

Queda de cortisol pode ser indicador da Covid longa, diz estudo

Hormônio que regula o estresse chegava aproximadamente à metade dos encontrados em pessoas saudáveis

Covid longa: nível de estresse pode ser indicador (Matt Roth/Getty Images)

Covid longa: nível de estresse pode ser indicador (Matt Roth/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 12 de agosto de 2022 às 06h29.

Quedas impressionantes do hormônio cortisol, que regula o estresse, foram a mais forte característica detectada naqueles que desenvolveram Covid e seus sintomas permaneceram por um longo período. A conclusão é de uma nova pesquisa que identificou vários fatores potenciais dos sintomas persistentes que afligem milhões de sobreviventes.

Os níveis de cortisol no sangue daqueles com a chamada Covid longa chegavam aproximadamente à metade dos encontrados em pessoas saudáveis e não infectadas ou indivíduos que se recuperaram totalmente da doença, descobriram pesquisadores da Escola de Medicina de Yale, em Nova York.

O que dizem as últimas pesquisas científicas mais importantes? Descubra ao assinar a EXAME, por menos de R$ 0,37/dia.

Ninguém sabe ainda o que causa a condição que aflige cerca de 10% a 20% das pessoas após a fase aguda da infecção pelo SARS-CoV-2, vírus que causa a Covid-19.

O governo dos EUA está gastando mais de US$ 1 bilhão para entender por que ocorre a condição e elaborar estratégias para tratar e prevenir a doença.

Um caminho da pesquisa investiga o sistema endócrino, que produz hormônios como o cortisol, que afetam todas as partes do corpo, incluindo inflamação e metabolismo. O cortisol ajuda a controlar o humor, a motivação e o medo.

Níveis baixos podem causar fadiga, fraqueza muscular, distúrbios gastrointestinais e hipotensão, de acordo com a Mayo Clinic.

Baixos níveis de cortisol foram relatados em pessoas com encefalomielite miálgica, ou síndrome da fadiga crônica, e reforçá-lo com tratamento com hidrocortisona proporcionou uma melhora modesta nos sintomas, escreveram os pesquisadores Akiko Iwasaki, David Putrino e seus coautores no estudo, divulgado antes da revisão pelos pares.

O estudo envolveu 215 pessoas, incluindo 99 com a Covid longa. Quarenta faziam parte de um grupo de controle saudável e não infectado, enquanto o restante havia sido infectado, mas totalmente recuperado.

Embora o estudo seja pequeno, de natureza exploratória e exija validação, ele ajudará a orientar o desenvolvimento de estratégias para diagnosticar e tratar a Covid longa, disse Iwasaki.

(Jason Gale da Bloomberg)

LEIA TAMBÉM: Estudo na Holanda mostra impacto da síndrome da covid longa

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusDoenças

Mais de Ciência

Nova variante do vírus da covid-19 é identificada em três estados

Cometa Tsuchinshan-Atlas será visível do hemisfério norte por várias noites

Construção naval da China tem mais de 70% das encomendas mundiais de navios verdes no 3º trimestre

Monte Everest cresce devido à erosão de rios, dizem pesquisadores