Ciência

Primeiro caso de reinfecção pela covid-19 nos EUA é confirmado por estudo

Reinfecção do jovem de Nevada já havia sido noticiada, mas um estudo divulgado nesta segunda detalha o caso, que é um dos cinco registrados no mundo

Coronavírus: (KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Coronavírus: (KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

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AFP

Publicado em 12 de outubro de 2020 às 21h03.

Última atualização em 12 de outubro de 2020 às 21h20.

Um americano foi infectado duas vezes pelo novo coronavírus em um mês e meio de intervalo e a segunda infecção foi mais grave que a primeira, segundo estudo divulgado na terça-feira que detalha esse caso de reinfecção, um dos cinco registrados até agora no mundo.

"Ainda há grande ignorância sobre as infecções por SARS-CoV-2 e a resposta do sistema imunológico, mas nosso trabalho mostra que uma infecção anterior não protegeria necessariamente contra uma infecção futura", apontou o professor Mark Pandori, principal autor do estudo publicado em Jornal médico Lancet Infectious Diseases.

Isso implica que "as pessoas com teste positivo para SARS-CoV-2 devem continuar tomando precauções, como distância física, usar máscara e lavar as mãos", porque é possível se infectar novamente, explica Pandori, citado em um comunicado do revista.

De acordo com a revista médica, cinco casos de reinfecção foram confirmados até agora: em Hong Kong (o primeiro, anunciado em 24 de agosto), na Bélgica, na Holanda, no Equador e no estado norte-americano de Nevada (objeto deste novo estudo).

"Isso não significa que não existam mais, já que muitos casos de covid-19 são assintomáticos" e, portanto, difíceis de detectar, avisa Pandori, especialista da Universidade de Nevada.

Os cinco casos são diferentes. No caso de Nevada e do Equador, a segunda infecção foi mais grave que a primeira, ao contrário do que aconteceu com as outras três.

No caso de Nevada - um jovem de 25 anos - nenhuma desordem imunológica ou qualquer outra doença anterior foi detectada.

Em 18 de abril, ele testou positivo pela primeira vez, com alguns sintomas (dor de garganta e dor de cabeça, tosse, náusea e diarreia). Ele se isolou em casa e sua condição melhorou.

Depois disso, o teste foi negativo duas vezes. Mas 48 dias depois, em 5 de junho, voltou a apresentar resultado positivo, desta vez apresentando sintomas mais graves, como dificuldades respiratórias que exigiram sua internação no pronto-socorro e administração de oxigênio. Ele agora está recuperado.

Uma análise genética mostrou que essas duas infecções sucessivas foram causadas por duas cepas diferentes do coronavírus SARS-CoV-2, uma informação essencial para ter certeza de que é uma reinfecção.

"São necessárias mais pesquisas para entender por quanto tempo dura a imunidade contra a SARS-CoV-2 e por que algumas das segundas infecções, embora raras, são mais graves", afirma Pandori.

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