Ciência

Pós-covid: 41% das pessoas são mais propensas a ter distúrbio do sono

Novo estudo indica que sobreviventes do coronavírus tiveram 39% mais chances de serem diagnosticados com depressão e 35% com ansiedade

 (Krit of Studio OMG/Getty Images)

(Krit of Studio OMG/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 18 de fevereiro de 2022 às 07h00.

Um novo estudo publicado no periódico científico British Medical Journal afirma que 41% das pessoas infectadas por covid são mais propensas a ter distúrbio do sono até um ano após a doença.

A pesquisa analisou 153.000 norte-americanos entre 1° de março de 2020 e 15 de janeiro de 2021 e todos eram veteranos de guerra. Por isso, os números não devem ser diretamente aplicáveis à uma população mais ampla, já que o estudo é composto principalmente de homens brancos e mais velhos, com idade média de 63 anos.

Além disso, o estudo terminou bem no início da campanha de vacinação -- ou seja, poucos haviam sido imunizados contra a covid. Os resultados de hoje poderiam ser diferentes por conta do efeito da vacinação.

De qualquer forma, a pesquisa é essencial para mostrar o impacto que a covid pode ter na saúde mental. Os sintomas da covid longa (que inclui distúrbios do sono) vêm sendo estudados desde o início da pandemia e podem estar relacionados à baixa coagulação sanguínea.

O que foi descoberto no estudo?

Dentro de um ano após a infecção, 2,3% dos sobreviventes receberam um novo diagnóstico de distúrbio do sono. Em comparação com aqueles que não pegaram covid, o resultado representa uma diferença de 41%.

Sobreviventes do vírus da pandemia também tiveram 39% mais chances de serem diagnosticados com depressão e eram 35% mais propensos a serem diagnosticados com ansiedade, segundo o estudo. 63% dos que tiveram covid passaram a usar remédios para dormir.

“Enquanto todos passamos por algum tipo de sofrimento mental nesta pandemia, as pessoas com covid-19 passaram por muito pior e estão enfrentando problemas de saúde mental até um ano após o diagnóstico inicial”, disse Ziyad Al-Aly, um dos autores do estudos, à Bloomberg.

Para Maura Boldrini, professora de psiquiatria da Columbia University, fatores biológicos e estresses psicológicos devido à pandemia devem estar ligados a uma piora na saúde mental.

 

 

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