Ciência

O último mês sem vacina? Setembro é decisivo contra a covid-19

Das mais de 100 vacinas em desenvolvimento no mundo, nove já estão no último estágio de testes e os resultados logo devem ser conhecidos

Teste de vacina da covid-19 na Flórida: os primeiros resultados das vacinas são esperados para outubro (Joe Raedle/Getty Images)

Teste de vacina da covid-19 na Flórida: os primeiros resultados das vacinas são esperados para outubro (Joe Raedle/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2020 às 13h29.

Última atualização em 31 de agosto de 2020 às 12h58.

O mês de setembro deve ser decisivo para as vacinas contra a covid-19. O andamento das pesquisas está acelerado. Das mais de 100 vacinas em desenvolvimento, nove estão na fase 3 de testes, quando a vacina é estudada num ensaio com dezenas de milhares de pessoas no mundo. É a última etapa necessária para que uma vacina seja considerada segura para o uso na população.

Os primeiros resultados dos testes são esperados já para outubro, de acordo com as empresas e laboratórios envolvidos nas pesquisas. Entre elas estão a vacina desenvolvida pelo laboratório americano Pfizer em conjunto com a empresa alemã BioNTech, e a vacina da Universidade de Oxford, do Reino Unido, junto da farmacêutica AstraZeneca.

Os testes da fase 3 começaram a ser feitos em julho, incluindo com pacientes voluntários no Brasil. Além das duas vacinas contra o coronavírus, também são esperados os resultados dos testes das vacinas dos laboratórios chineses Sinovac, CanSino e Sinopharm, e de uma vacina desenvolvida pela empresa de biotecnologia americana Moderna. As empresas também iniciaram os testes da fase 3 da vacina em julho.

Uma vez publicados os resultados, no entanto, não significa que as vacinas estarão prontas para serem aplicadas imediatamente. Os dados precisam ser antes avaliados pelas autoridades de saúde de cada país e as vacinas precisam receber uma aprovação para serem aplicadas. Em seguida, começa a fase de produção. Portanto, na melhor hipótese, a vacinação deve começar em novembro ou dezembro.

As expectativas são positivas. Stephen Hahn, o chefe da Food and Drug Administration (FDA)  – agência reguladora dos Estados Unidos responsável pela aprovação – disse em entrevista ao jornal Financial Times que está disposto a acelerar a aprovação da vacina se o resultado for positivo.

Ele afirmou que a agência pode emitir uma “autorização emergencial de uso” da vacina antes de a agência fazer uma revisão completa dos resultados das pesquisas. Segundo ele, isso pode ocorrer antes da eleição presidencial americana, no início de novembro.

No Brasil, há dois testes finais em andamento. Um deles é com a vacina chinesa Sinovac, que já vem sendo aplicada desde julho em grupos controlados em seu país de origem. Por aqui, os testes da fase 3 continuam com 2 mil voluntários em parceria com o Instituto Butantan. Outros 9 mil voluntários serão incluídos nos resultados ao longo de setembro.

Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan em entrevista à GloboNews, a eficácia deve ser conhecida até o fim do ano e a ideia é começar a vacinar a população no início de 2021. O governador de São Paulo, João Doria, afirmou semana passada que a vacina pode estar no SUS em dezembro.

Outra vacina em fase avançada de testes no Brasil, a de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, também deve ter em setembro um mês decisivo para os testes. O planejamento do governo federal é que 30 milhões de doses cheguem ainda este ano. Isso, claro, se tudo certo ao longo de setembro.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusPesquisas científicasvacina contra coronavírusVacinas

Mais de Ciência

Há quase 50 anos no espaço e a 15 bilhões de milhas da Terra, Voyager 1 enfrenta desafios

Projeção aponta aumento significativo de mortes por resistência a antibióticos até 2050

Novo vírus transmitido por carrapato atinge cérebro, diz revista científica

Por que a teoria de Stephen Hawking sobre buracos negros pode estar errada