Autoteste: algumas pessoas com sintomas de covid-19 testaram negativo para a doença (Grace Cary/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de julho de 2022 às 20h15.
O novo avanço de casos de covid-19 no Brasil tem causado uma demanda crescente por testes de diagnóstico. Com maior acesso aos autotestes, vendidos nas farmácias e que podem ser realizados em casa, crescem também os questionamentos sobre o grau de confiança dos resultados desse tipo de exame.
Para Carlos Magno Fortaleza, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, os autotestes são um avanço, mas seu uso deve vir acompanhado de cuidados, como a realização correta da coleta e o período mais adequado de testagem. "É bastante comum que testes tenham resultados equivocados porque algumas pessoas fazem a coleta de informações do jeito errado", diz.
O especialista, também professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), ressalta que os testes de na farmácia (tanto aqueles rápidos de antígeno, feitos pelo farmacêutico, quanto o autoteste) têm bom índice de acerto, perto de 90%.
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Evaldo Stanislau, médico infectologista do Hospital das Clínicas diz que os autotestes são capazes de reconhecer novas variantes como a Ômicron, que desde o fim do ano passado tem se mostrado mais transmissível que as outras. Ainda de acordo com ele, as novas cepas podem mudar a forma como funciona o ciclo da doença.
"A Ômicron parece ter um ciclo de expressão/detecção diferente, talvez muito elevado em quantidade, mas mais breve", afirma. "Nesse sentido um teste negativo deve ser repetido em 48 horas e se persistir a suspeita clínica com dois testes negativos, deve-se recorrer ao RT-PCR (teste molecular, considerado o padrão-ouro para a identificação do vírus)", diz ele, diretor da Sociedade Paulista de Infectologia. O período de incubação varia segundo ele, mas dura em média de dois a três dias.
Isso acontece porque há atualmente vários vírus circulando, como o vírus da gripe, que tem o nome técnico de influenza. É possível que uma pessoa esteja infectada com outro vírus respiratório e o teste para a covid dê negativo.
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Sim, por duas razões, a primeira é que no caso do autoteste a pessoa pode acabar fazendo a colhendo o teste da forma errada. Uma dica é olhar a bula do teste, que às vezes tem até um desenho explicativo. Há também a possibilidade de que a testagem tenha sido feita muito precocemente.
É recomendável aguardar pelo menos 48 horas com sintomas para fazer o teste. Se persistirem os sintomas, a orientação é fazer o teste depois de 48 horas novamente. "Pode ser que a imunidade grande decorrente das vacinas e exposições prévias suprima o vírus parcialmente a ponto de o teste inicialmente não detectar", aponta Evaldo Stanislau. "Ou apenas que a carga viral tenha sido intensa, porém fugaz", acrescenta o médico.
Segundo o Ministério da Saúde, não devemos realizar a testagem em outra pessoa, pois há risco de contaminação. No caso de menores de 14 anos, porém, a recomendação é que a testagem seja feita sob a supervisão de um adulto.
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Os sintomas mais comuns da covid-19 são:
Não há necessidade. O único momento em que isso é recomendável é se você esteve com alguém que está contaminado. Neste caso, a pessoa deve se testar por volta do quinto dia, e, se for negativo, há uma segurança muito boa de que ela não pegou o vírus.
Quando você, além do quadro gripal, sentir: falta de ar, sonolência e dificuldade de raciocínio. Uma dica é, se possível, comprar um oxímetro, aparelho que mede a porcentagem de oxigênio no sangue. Se ela ficar abaixo de 93, é hora de procurar a emergência.
(Estadão Conteúdo)
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