Mais gêmeos estão nascendo e novo estudo explica o motivo ( Caroline Purser/Getty Images)
Repórter
Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 17h52.
Última atualização em 4 de fevereiro de 2025 às 18h08.
A maioria dos países tem registrado quedas nas taxas de natalidade, com as mulheres tendo cada vez menos filhos. Por outro lado, um dado chama a atenção dos cientistas: o número de nascimentos de gêmeos e trigêmeos está em alta.
Pesquisas indicam que essa é a primeira vez que isso ocorre na história e apontam para um crescimento contínuo das taxas de gemelaridade.
Nascimentos múltiplos, embora menos comuns que gestações únicas, fazem parte do processo natural de reprodução humana. Aproximadamente uma em cada 60 gestações resulta em gêmeos, trigêmeos ou até sêxtuplos.
A gravidez gemelar ocorre quando dois óvulos distintos são fertilizados simultaneamente ou quando um óvulo fertilizado se divide em dois. Nascimentos múltiplos também podem surgir pela hiperovulação, que acontece quando mais de um óvulo é liberado no mesmo ciclo.
Esse fenômeno se torna provável à medida que as mulheres envelhecem, devido a mudanças hormonais típicas do período próximo à perimenopausa. Embora extremamente raro, a hiperovulação pode resultar em gestações múltiplas de ordem superior, como trigêmeos ou até nonagêmeos (nove bebês).
Um estudo divulgado pela Elizabeth Bryan Multiple Births Centre, da Birmingham City University, no Reino Unido, prevê que o número de nascimentos múltiplos deve aumentar globalmente entre 2050 e 2100, impulsionado pela crescente idade materna.
Durante o "baby boom" das décadas de 1940 a 1960, na Inglaterra e no País de Gales, os nascimentos múltiplos ficaram em torno de 12 a 13 por mil gestações, com mães em média aos 26 anos, idade de menor probabilidade para esse tipo de gravidez.
Nas décadas de 1970 e 1980, o planejamento familiar reduziu o tamanho das famílias para cerca de 2,4 filhos, e a taxa de nascimentos múltiplos caiu para dez por mil maternidades. O cenário mudou nos anos 1990 e 2000, com um leve aumento na idade das mães e o uso crescente de tratamentos de fertilidade, elevando a taxa para mais de 16 por mil gestações.
Uma campanha para limitar a transferência de embriões reduziu essa taxa na década de 2010, mas ainda assim o índice estabilizou em 14,4 por mil nascimentos. A demanda por fertilização in vitro (FIV) cresceu expressivamente: de 6,7 mil ciclos realizados em 1991 para 76 mil ciclos em 2021 no Reino Unido.