Whakaari: vulcão da Nova Zelândia entrou em erupção na segunda-feira (9) (Instagram/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2019 às 05h55.
Última atualização em 15 de dezembro de 2019 às 08h57.
São Paulo – Prever e impedir catástrofes naturais como a erupção do vulcão White Island, que matou seis pessoas e feriu mais de 30 na Nova Zelândia ainda é um desafio para a comunidade científica internacional. E as perspectivas para que isso mude em um futuro próximo não são as mais positivas.
Ainda que os geólogos tenham observado um aumento da atividade vulcânica meses antes da erupção, nenhum alerta foi emitido. Por volta das 14h11 do dia 9 de dezembro, o vulcão cuspiu vapor superaquecido, cinzas, rochas e outros detritos que criaram uma coluna de cinzas de 3.700 metros de altura. Haviam 47 pessoas no local na hora da erupção.
Prever erupções vulcânicas é difícil. E é ainda mais complicado no caso do Whakaari. Geograficamente incomum, este vulcão tem o fundo de sua cratera próximo ao nível do mar. Quando a água acaba se infiltrando nas fissuras do vulcão, gera-se um superaquecimento combinado com o entupimento por rochas e minerais. A solução natural é uma explosão para liberar a pressão acumulada.
Saber quando isso vai acontecer, porém, é quase impossível uma vez que a análise da pressão se torna difícil de ser feita pela instabilidade e pelos perigos da região.
Segundo Raymond Cas especialista em vulcões da Universidade de Monash, na Austrália, para a Nature, nenhum cenário previsto poderia ter sido pior. Isso porque uma novem formada por detritos mais finos reduziu a visibilidade, tornando mais difícil a evacuação do local. Além disso, parte da água, quente por conta da cratera, acabou causando queimaduras e ferimentos em pessoas atingidas pelas gotas.
Conhecida também como Whakaari, a White Island é um popular ponto turístico da Nova Zelândia e atrai milhares de turistas todos os anos para a observação de seu vulcão ativo. Para especialistas, isso não deveria acontecer, uma vez que a área é instável e sujeita a catástrofes naturais como a ocorrida na última segunda-feira (9). A última erupção ocorreu em 2016, mas em período noturno, quando não haviam visitantes no local.