Covid-19: analistas dizem que cálculo de número de mortos pelo coronavírus ainda é impreciso (Getty Images/Reprodução)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 11 de março de 2020 às 19h42.
Última atualização em 12 de março de 2020 às 12h01.
São Paulo - Os casos de coronavírus estão crescendo rapidamente - o Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira (11), que o Brasil já tem 52 casos confirmados. Embora as mortes causadas pelo vírus já tenham ultrapassado o número de 4 mil em âmbito global, ainda é difícil prever quantas pessoas infectadas com o Covid-19 podem morrer.
Isso acontece porque, de acordo com os números divulgados para cada país, a relação da quantidade de mortos para a quantidade de infectados acaba variando dependendo das circunstâncias locais, e como cada país está lidando com a pandemia.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da Organização Mundial da Saúde, informou em conferência que, dentre os casos confirmados de coronavírus pelo mundo, apenas 3,4% dos infectados morreram. Desde que o número de casos aumentou, a porcentagem global não foi atualizada - a Itália, porém, registrou 827 mortes pelo vírus até hoje, e a porcentagem nacional subiu para 6,21%.
Analistas apontaram, porém, que a divisão do número de mortes pelo número de casos divulgados não informa com precisão quantos indivíduos morrerão, porque nem todas as pessoas que podem falecer são diagnosticadas, já que os sintomas podem ser leves. Além disso, algumas pessoas que tiveram a confirmação do vírus em seus organismos ainda podem vir a morrer, o que aumentaria a porcentagem calculada.
No último mês, foi informado que apenas 1% das pessoas infectadas que não apresentam sintomas são incluídas nesta contagem, o que dificulta ainda mais uma proporção precisa. Até o momento, 0,7% dos pacientes diagnosticados na Coreia do Sul morreram, enquanto países como Estados Unidos e Irã não estão realizando testes em diversos possíveis pacientes.
Atualmente, portanto, se torna impossível realizar uma previsão de mortes por Covid-19, visto que é preciso levar diversos fatores - como faixa etária, localização e diagnóstico - em conta. Sendo assim, a conta mais exata é a individual para cada país.