Ciência

Por que a Alemanha está testando o maior sol artificial do mundo

Com o sistema Synlight é possível atingir temperaturas de até 3.000 graus Celsius. Tudo por uma boa causa

De olho na energia: cientistas tentam simular o sol para produzir hidrogênio.  (Thomson Retuers/Reuters)

De olho na energia: cientistas tentam simular o sol para produzir hidrogênio. (Thomson Retuers/Reuters)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 27 de março de 2017 às 15h05.

Última atualização em 30 de março de 2017 às 19h30.

São Paulo - Pode um sol artificial gerar energia renovável? Talvez. Cientistas alemães ativaram na última quinta-feira o que dizem ser o "maior sol artificial do mundo", no Centro Aeroespacial Alemão, em Colônia.

Trata-se de um paredão coberto por lâmpadas de arco curto de xenônio, o mesmo tipo comumente usado para projeção em cinemas. Essas lâmpadas costumam ficar muito quentes, a ponto de 149 delas, se canalizadas em um  ponto fixo da superfície, criarem uma verdadeira fornalha.

É exatamente isso o que os cientistas estão fazendo em laboratório para conseguir gerar até 10.000  vezes a quantidade de radiação solar que atinge a superfície da Terra.

Com o megadispositivo, chamado de Synlight, é possível atingir temperaturas de até 3.000 graus Celsius. Toda essa energia ajudará os cientistas a estudarem novas maneiras de produzir hidrogênio combustível.

Apesar de ser abundante no universo, o hidrogênio é um elemento raro na Terra. Uma maneira de fabricá-lo é dividir a água (H2O) em seus dois componentes - hidrogênio (H) e o outro Oxigênio (O2) - usando eletricidade, em um processo chamado eletrólise.

Claro que simular o sol para gerar hidrogênio em boa quantidade exige muita energia. Em quatro horas, o sistema Synlight usa tanta eletricidade como uma família de quatro pessoas em um ano.

Ao estudar o funcionamento do sol artificial, os cientistas esperam eventualmente descobrir uma forma de usar a luz solar real para fazer hidrogênio, ao invés de luz artificial.

Claro que ainda há um longo caminho a percorrer até que o método possa ganhar as vias comerciais, o que exigiria bilhões de toneladas de hidrogênio.

Mas toda essa investida se justifica. Cada vez mais, o hidrogênio tem sido considerado o combustível do futuro porque ele não produz emissões de carbono quando queimado, o que significa que não contribui para o aquecimento do Planeta.

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