Pfizer: essas exigências de armazenamento desencadearam uma corrida entre os Estados norte-americanos no início da vacinação por gelo seco (Justin Tallis/Pool/Getty Images)
Reuters
Publicado em 19 de fevereiro de 2021 às 17h34.
A Pfizer e a BioNTech apresentaram novos dados de temperatura à Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) que poderiam permitir que sua vacina contra covid-19 seja armazenada em refrigeradores de farmácia, e não em instalações de armazenamento ultrafrias.
Se aprovadas, as exigências de armazenamento menos onerosas ofereceriam um alívio logístico considerável para a distribuição da vacina, particularmente em países de renda mais baixa que não têm a infraestrutura necessária.
Os dados novos foram encaminhados à FDA em apoio a uma proposta de atualização da bula de uso emergencial que permitiria que as ampolas de vacina sejam armazenadas entre -25 e -15 graus Celsius por até duas semanas como alternativa ao armazenamento em um congelador de temperatura ultrabaixa.
Atualmente, a bula da Pfizer/BioNTech exige que a vacina seja armazenada em um congelador ultrafrio com temperaturas entre -80ºC e -60ºC, e a empresa pede que seja transportada em contêineres especiais.
Essas exigências de armazenamento desencadearam uma corrida entre os Estados norte-americanos no início da vacinação por gelo seco, no qual a vacina pode ser armazenada temporariamente quando não há freezers especializados disponíveis, por exemplo, em áreas rurais.
Amesh Adalja, pesquisador sênior do Centro Johns Hopkins para Segurança Sanitária, disse que as temperaturas mais altas devem "expandir muito a capacidade de usar esta vacina em muitas partes do mundo (ou mesmo nos EUA) que não têm capacidade para armazenamento em congelamento intenso".
A vacina Pfizer/BioNTech, assim como a vacina da Moderna, obteve autorização de uso emergencial nos EUA e está sendo distribuída amplamente pelo país como parte dos esforços de vacinação em massa.
"Os dados apresentados podem facilitar o manuseio de nossa vacina em farmácias e proporcionar uma flexibilidade ainda maior a centros de vacinação", disse o presidente-executivo da BioNTech, Ugur Sahin.