Vacina: proteção da Pfizer é uma das opções que estão em fase de testes (Dado Ruvic/Reuters)
Tamires Vitorio
Publicado em 3 de setembro de 2020 às 11h43.
Última atualização em 5 de setembro de 2020 às 10h52.
Os resultados da última fase de testes da vacina da americana Pfizer contra o novo coronavírus devem sair já no começo de outubro, segundo o presidente da empresa Albert Bourla. A declaração foi dada em uma transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 3, e Bourla também afirmou que, se os resultados forem bons, deve pedir autorização ao Food and Drug Administration (FDA), espécie de Anvisa americana, para que a vacinação seja autorizada "o mais rápido possível".
A vacina da Pfizer, que tem como base o RNA mensageiro, tem como objetivo produzir as proteínas antivirais no corpo do indivíduo. Com a injeção, o conteúdo é capaz de informar as células do corpo humano sobre como produzir as proteínas capazes de lutar contra o coronavírus.
A última fase de testes da proteção ainda está acontecendo e já foi realizada com 23.000 voluntários com idades entre 18 e 85 anos. Desse total, 1.000 serão testados no Brasil, com voluntários na Bahia e em São Paulo. Os demais participantes estão distribuídos em 39 estados dos Estados Unidos, e também na Argentina e na Alemanha. A empresa espera chegar a um total de 30.000 voluntários.
A Pfizer espera produzir até 100 milhões de doses até o fim do ano. Outras 1,3 bilhão de doses podem ser fabricadas no ano que vem. Em julho o governo americano se comprometeu a pagar 2 bilhões de dólares pelas doses da vacina da Pfizer, caso sua eficácia seja comprovada.
A vacina feita parceria com a BioNtech é uma das 176 vacinas potenciais sendo pesquisadas contra o novo coronavírus no mundo. Desse total, 34 vacinas estão em fase de testes clínicos em humanos, segundo o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Uma pesquisa aponta que as chances de prováveis candidatas para uma vacina dar certo é de 6 a cada 100 e a produção pode levar até 10,7 anos. Para a covid-19, as farmacêuticas e companhias em geral estão literalmente correndo atrás de uma solução rápida.
Nenhum medicamento ou vacina contra a covid-19 foi aprovado até o momento para uso regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais.