Ciência

Pesquisadores já criaram uma vacina para o coronavírus da China

Especialistas em Hong Kong têm uma vacina contra o vírus, mas ainda precisam de tempo para testes em animais e humanos

Vacina: pesquisadores preparam proteção contra o contágio do coronavírus da China, mas falta tempo para testes (Francesco Carta/Getty Images)

Vacina: pesquisadores preparam proteção contra o contágio do coronavírus da China, mas falta tempo para testes (Francesco Carta/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 05h55.

Última atualização em 31 de janeiro de 2020 às 16h07.

São Paulo — O microbiologista e médico Yuen Kwok-yung anunciou que pesquisadores de Hong Kong já desenvolveram uma vacina contra o novo coronavírus da China. No entanto, ela ainda precisa ser testada em animais, o que deve levar um longo período, segundo reportagem do jornal South China Morning Post.

Kwok-yung, que é diretor do centro de doenças infecciosas da Universidade de Hong Kong, não deu um prazo específico para o desenvolvimento da vacina contra o novo coronavírus da China. Ele estima que o tempo dos testes em animais pode ser de meses e será preciso, ainda, de mais um ano de testes em humanos antes do lançamento da vacina.

A nova vacina é uma modificação da vacina da gripe que se propõe a proteger tanto do coronavírus da China quanto de gripes comuns.

Para Kwok-yung, a vacina que está em desenvolvimento na China atualmente tem chances de ser baseada em uma versão inativa do vírus, que tem sua propriedade contagiosa destruída em laboratório, o que poderia resultar na apresentação de sintomas mais graves do que o normal em pessoas que tomarem a vacina e forem contaminadas com o vírus.

Além da China, pesquisadores dos Estados Unidos também se esforçam para criar uma vacina contra o novo vírus.

O que é o coronavírus?

coronavírus da China é um novo vírus que já matou de 100 pessoas na China e já tem infectados em outros países, como nos Estados Unidos, Japão e Europa. Com sintomas parecidos com os da gripe, o vírus é da mesma família que o SARS, que no começo dos anos 2000 causa uma epidemia conhecida como gripe asiática.

Até a manhã desta quarta-feira são 132 mortes confirmadas, 125 delas na província de Hubei, epicentro da propagação. Já são mais de 6 mil casos confirmados, em 17 países.

No Brasil, há três suspeitos, segundo o Ministério da Saúde, em Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. O governo, seguindo recomendação da Organização Mundial de Saúde, recomendou que viagens para a China sejam feitas apenas em casos de extrema necessidade.

Para conter a propagação do vírus, governos e empresas privadas vêm tomando medidas mais duras nas últimas horas.

Dez cidades chinesas estão isoladas. A rede de cafeterias Starbucks, um fenômeno na China, fechou metade de suas duas mil lojas no país. A Casa Branca anunciou que pode suspender todos os voos dos Estados Unidos para a China em meio às preocupações crescentes.

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