Ciência

Pesquisadores encontram anticorpo que combate novo coronavírus

O anticorpo se mostrou eficaz para conter a infecção do vírus causador da covid-19 e também da Sars, um vírus que se propagou no começo dos anos 2000

Coronavírus: anticorpo age na espícula de proteína do vírus (Yuichiro Chino/Getty Images)

Coronavírus: anticorpo age na espícula de proteína do vírus (Yuichiro Chino/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 20 de maio de 2020 às 14h08.

Última atualização em 20 de maio de 2020 às 15h52.

Cientistas encontraram um anticorpo que pode neutralizar o novo coronavírus e também a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), um vírus que pertence à mesma família de vírus. A descoberta foi publicada na revista científica Nature.

É mais uma esperança na corrida para neutralizar o coronavírus. No total, quase 200 medicamentos e 100 vacinas estão sendo testadas para combater o novo coronavírus. Enquanto uma vacina não é desenvolvida, encontrar um remédio é a maior esperança para reduzir a mortalidade e acelerar o tratamento. 

O anticorpo com estudo revelado na Nature é chamado S309. Ele foi encontrado pelo time de pesquisadores, de três institutos europeus e um americano, em uma amostra de sangue de um paciente que se recuperou da Sars, vírus que foi controlado em 2004.

O anticorpo descoberto pelos pesquisadores atua na espícula de proteína do novo coronavírus, usada para prender-se às celulas humanas e se replicar, causando os sintomas da covid-19.

Já foram realizados testes in vitro, ou seja, em culturas de células humanas em laboratório. A descoberta dos pesquisadores foi de que o anticorpo também neutraliza o novo coronavírus, causador da doença covid-19.

A pesquisa representa mais um avanço no combate ao novo coronavírus. No entanto, até o momento, não há medicamentos, vacinas ou terapias aprovadas para a covid-19.

Outros anticorpos

O anticorpo da Sars não é o único a ser estudado para combater a covid-19. Pesquisadores também analisam a possibilidade de anticorpos vindos de lhamas que podem ser usados em um tratamento ou possível vacina.

No entanto, o tempo de desenvolvimento de terapias com anticorpos não-humanos pode ser maior em razão da necessidade de mais testes clínicos. Por isso, pesquisadores têm se voltado a anticorpos humanos. Um exemplo é o anticorpo 47D11, que é de origem humana e também funcinou em testes feitos em laboratório.

Por enquanto, a estimativa mais otimista que temos sobre uma vacina contra a covid-19 é da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que prevê conclusão do projeto em agosto.

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