O kit pode detectar o novo coronavírus em 45 minutos (Lisa Maree Williams/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 7 de julho de 2021 às 17h24.
Última atualização em 7 de julho de 2021 às 17h39.
Um novo kit diagnóstico, desenvolvido por pesquisadores de instituições públicas brasileiras, é capaz de detectar o novo coronavírus em até 45 minutos, com baixo custo e alto grau de precisão.
A patente da nova tecnologia, pensada para unidades básicas de saúde, foi desenvolvida por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), da Universidade Federal de Santa Catarina e do Instituto Federal de Santa Catarina, em parceria com a empresa SPK Solutions.
O teste usa a tecnologia chamada RT-Lamp e demonstrou precisão semelhante ao RT-PCR em testes de validação com mais de 1.000 amostras. Segundo o instituto, que divulgou a pesquisa, o kit alcançou 96% de sensibilidade e 98% de especificidade em amostras de orofaringe coletadas com cotonete do tipo swab. Os dois parâmetros são usados para medir o risco de testes produzirem falsos positivos e falsos negativos a partir de amostras já conhecidas.
A tecnologia desenvolvida permite realizar o teste também com saliva na mesma especificidade, porém, com uma sensibilidade menor, de 70%. Apesar disso, caso o paciente esteja em jejum pela manhã, o percentual pode alcançar 100%, segundo os pesquisadores.
O custo do kit diagnóstico foi estimado em 30 reais, enquanto o valor de um kit para teste RT-PCR chega a custar 100 reais. Além disso, o teste RT-Lamp pode ser realizado por menos profissionais e requer menos equipamentos.
Segundo o instituto, o único equipamento necessário para a realização do teste é um banho seco ou banho-maria, e qualquer profissional treinado pode aplicar o teste. Já o RT-PCR precisa de especialistas em biologia molecular.
O Instituto Oswaldo Cruz informou ainda que os pesquisadores agora buscam parceiros para produzir e fornecer o kit diagnóstico. Além de ganhar uma escala de produção industrial, o novo produto ainda precisa ser submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de chegar às unidades de saúde do Brasil.
Coordenador do projeto, o pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz André Pitaluga disse que o foco da pesquisa é levar a nova tecnologia ao Sistema Único de Saúde e ajudar no enfrentamento da pandemia. Apesar disso, ele considera que a metodologia é versátil e pode ser aplicada no combate de outras doenças.
"Já estamos trabalhando em uma versão do kit para o diagnóstico da febre amarela”, diz o pesquisador em texto divulgado pela assessoria do Instituto Oswaldo Cruz.
Para desenvolver o teste, os pesquisadores receberam apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica do instituto e financiamento da empresa Engie, do Programa Inova Fiocruz e do Ministério Público do Trabalho.
Os testes de validação foram realizados em Santa Catarina, em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina e as prefeituras de Tubarão e Florianópolis.
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