Ciência

Ao menos 6 linhagens de covid-19 circularam no Brasil em fevereiro e abril

Estudo feito pela Fiocruz foi realizado com 95 genomas de brasileiros e apontou que 6 cepas diferentes do vírus circularam o país

Coronavírus; covid-19; coronavirus (Taechit Taechamanodom/Getty Images)

Coronavírus; covid-19; coronavirus (Taechit Taechamanodom/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 16 de julho de 2020 às 11h21.

Última atualização em 16 de julho de 2020 às 12h38.

Pelo menos seis linhagens (ou cepas) do novo coronavírus circularam o Brasil entre os meses de fevereiro e abril, segundo um estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Para chegar nesse resultado, os pesquisadores analisaram 95 genomas do vírus em brasileiros e os comparou com outras 3.764 sequências disponíveis no GISAID, iniciativa global voltada para coletar dados da influenza e da covid-19.

O estudo aponta que uma das cepas do vírus surgiu na Europa por volta do dia dois de fevereiro e chegou por aqui apenas algumas semanas depois. Essa linhagem, então, alcançou diversas regiões brasileiras já no mês de março. A mesma linhagem foi encontrada em outros países da América do Sul, de acordo com os pesquisadores, como a Argentina, o Chile, o Uruguai e também em outros países, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália.

"O clade B.1.1 foi a única linhagem detectada em indivíduos sem histórico recente de viagem internacional, enquanto quatro linhagens diferentes foram detectadas entre os seis indivíduos com histórico recente de viagem internacional, ou seja, casos importados, e seus contatos", escreveu a pesquisadora e líder do estudo Paola Cristina Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, em comunicado da Fiocruz.

Apesar disso, as diferentes cepas não indicam que pessoas que já foram infectadas pelo SARS-CoV-2 possam ser reinfectadas novamente por uma linhagem variada. São elas A.2, B.1, B.1.1, B.2.1, B.2.2 e B.6. Sequenciá-las é importante para fazer um reconhecimento mais amplo de como o vírus é disseminado, tanto no Brasil quanto em outros lugares do mundo.

O estudo ainda não passou pela revisão de pares e, portanto, ainda não foi publicado em nenhuma revista científica.

O mundo tem 13.589.273 infectados pelo vírus e 580.552 mortes, segundo o monitoramento em tempo real da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, país que é, também, o epicentro da doença, com mais de 3 milhões de doentes e 137.420 óbitos. O Brasil é o segundo país no ranking de maiores infecções e tem 1.966.748 contaminados e 75.366 mortos.

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