Pirâmides do Egito (Ricardo Liberato/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 14h13.
Última atualização em 28 de setembro de 2017 às 17h29.
A mais velha das sete maravilhas do mundo Antigo conta com toda uma aura de mistério. Tudo graças a seu enigmático processo de construção, iniciado há pelo menos 2,5 mil anos a.C.
A forma como os egípcios colocaram a Grande Pirâmide de pé de fato impressiona: foram 20 anos de obras, nos quais cerca de 100 mil homens trabalharam no monumento de 139 metros de altura.
Além de tudo ter de ser feito ‘na raça’, sem a ajuda de ferramentas mais complexas, a matéria-prima utilizada costumava vir de longe. Enquanto o calcário era produzido em Tura, a quase 13 quilômetros de Gizé, o granito viajava ainda mais – pelo menos 800 km, trazido de cidades do sul do Egito, como Aswan e Luxor.
Este último tópico, aliás, sempre botou uma pulga atrás da orelha de arqueólogos e especialistas. Quem teria ajudado os egípcios no translado dessas peças gigantes de pedra, com pelo menos 2.5 toneladas cada uma?
Sem considerar “ajuda alienígena” como uma resposta razoável, arqueólogos acreditam que a chave para a questão esteja em um papiro antigo – e que as águas do Nilo tenham, mais uma vez, sua parcela de responsabilidade na história.
O manuscrito de 4,5 mil anos de idade é considerado o mais antigo da história egípcia. Ele foi encontrado nos arredores das pirâmides de Gizé em 2013 – mais precisamente no antigo porto de Wadi al-Jarf, no Mar Vermelho. Desde então, ele embasa o trabalho de um grupo internacional de pesquisadores.
Suas conclusões mais recentes vieram ao mundo na última semana, no documentário Grande Pirâmide do Egito: A Nova Evidência, produzido pelo Canal 4, da TV britânica – e disponível neste link.
Segundo o grupo, o nascimento da Grande Pirâmide – onde está sepultado o idealizador da obra, Faraó Khufu – só foi possível por conta de um complexo sistema de canais.
Acredita-se que o autor do papiro, conhecido como Merer, era um oficial envolvido na construção da Grande Pirâmide e responsável por liderar um grupo de 40 marinheiros. Em seu diário, ele detalha como a operação funcionava.
Pelas águas do Nilo, as pedras cumpriam o percurso em barcos de madeira.
Graças a canais escavados até o pé da pirâmide em construção, as embarcações podiam chegar o mais próximo possível da obra.
Assim, os barcos eram puxados pelos milhares de trabalhadores com a ajuda de cordas.
Cerca de 170 mil toneladas de calcário – e pelo menos 2.3 milhões de blocos de pedra – teriam chegado até Gizé dessa forma. Haja força no braço.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Superinteressante.