Ciência

Pandemia afetou o sono de metade dos moradores de SP, mostra pesquisa

O estudo avaliou os impactos da pandemia na saúde e na educação dos residentes da capital. Ao menos uma pessoa foi diagnosticada com covid-19 em 23% dos domicílios

Estudo avaliou impactos da pandemia na saúde e na educação. (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)

Estudo avaliou impactos da pandemia na saúde e na educação. (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de maio de 2021 às 15h23.

A pandemia de covid-19 causou insônia ou excesso de sono em 50% da população da capital paulista, segundo pesquisa divulgada hoje (25) pela Rede Nossa São Paulo.

O estudo, que avaliou os impactos da pandemia na saúde e na educação dos moradores da cidade, mostrou que 44% das pessoas têm sofrido mudanças bruscas de humor e 43% delas sentem angústia e medo.

Para elaboração da pesquisa, a empresa Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC) ouviu 800 pessoas com mais de 16 anos, entre os dias 12 e 29 de abril, em todas as regiões da cidade e distribuídas em perfis que levam em consideração idade, classe social e raça.

Saúde pública e privada

Atualmente, cerca de 7 em cada 10 residentes da cidade de São Paulo não têm plano de saúde (69%). O número é três pontos percentuais maior do que o registrado em 2018, quando 66% disseram não contar com planos privados. O percentual dos que têm plano caiu de 31% para 29% no período, sendo que 2% não quiseram ou não souberam responder à questão.

A proporção de pessoas com plano de saúde é consideravelmente maior na zona oeste da cidade (53%), onde estão concentrados alguns dos bairros com maior renda da capital paulista. Na zona leste apenas 19% têm plano de saúde. O número de pessoas com plano de saúde também é maior entre brancos (39%) do que entre negros, sendo que 80% dos pretos e pardos declararam não ter planos.

No último ano, 77% da população utilizou o Sistema Único de Saúde (SUS) de alguma forma, sendo que 15% do total não usou nenhum sistema de saúde e 8% foram atendidos exclusivamente pelo setor privado. Usaram exclusivamente o SUS, 29% dos residentes na cidade. O serviço de saúde pública mais usado é a distribuição de medicamentos, usufruído por 55% da população, seguido pelo atendimento ambulatorial (54%).

Diagnóstico

Ao menos uma pessoa foi diagnosticada com covid-19 em 23% dos domicílios da cidade. Entre os entrevistados, 34% disseram que ao menos uma pessoa no local onde mora procurou um serviço público de saúde para ser atendido em relação à doença e 26% buscou serviços privados devido a preocupações com o novo coronavírus.

Entre os que tiveram diagnóstico de covid-19 em casa, 64% tiveram alterações no sono e 57% sofreram com angústia ou medo.

Escolas

Com relação a crianças e adolescentes que frequentam escolas, 45% dos entrevistados informaram dificuldades com as aulas remotas devido à falta de internet com velocidade adequada. Problemas em manter os filhos concentrados foram relatados por 39% e 32% disseram não ter os equipamentos adequados para educação à distância.

Entre os que têm filhos, 21% disseram que pelo menos um jovem ou criança sob sua responsabilidade abandonaram os estudos durante a pandemia. O índice é maior entre os mais jovens: 37% na faixa entre 16 e 24 anos; 27% entre os negros; e 26% entre os moradores da zona leste.

As dificuldades com conexão e internet foram apontadas como razão de 57% das desistências na escola, seguida pela falta de celulares e computadores adequados (38%) e as dificuldades de concentração (34%).

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