Ciência

Ozempic ajuda na redução de consumo de tabaco e álcool, indica relatório

Indústrias precisam se adaptar aos novos hábitos de consumo dos milhares que fazem uso desse tipo de medicamento

Publicado em 24 de abril de 2024 às 06h45.

Um novo relatório da Morgan Stanley apontou que pessoas que usam remédios como Ozempic, Wegovy, Mounjaro e Zopbound reduzem o consumo de tabaco e álcool enquanto fazem uso da medicação. Trata-se de drogas conhecidas como GLP-1, focadas no combate à diabetes e na perda de peso por sua capacidade de suprimir o apetite.

Foram coletadas informações de 300 usuários desses remédios. Enquanto 40% das pessoas afirmou que fumava cigarros ao menos semanalmente antes de começar o tratamento, o número caiu para 24% após fazê-lo. Os hábitos ligados a cigarros eletrônicos caíram de 30% para 16% após começarem a usar os medicamentos.

O documento também apontou para resultados semelhantes relacionados ao consumo de álcool. Entre 56% e 62% dos indivíduos que faziam uso de bebidas alcoólicas relataram beber menos depois de adotar o uso dos GLP-1. Ademais, entre 14% e 18% cortaram o consumo de álcool por inteiro.

Assim, tem-se mais duas indústrias -- a do tabaco e a do álcool -- que precisam se atentar aos novos hábitos de consumo de quem faz uso de medicamentos como o Ozempic. Afinal, os costumes dessas pessoas, que se aproximam das centenas de milhares, estão mudando rapidamente.

Em outubro de 2023, por exemplo, o CEO do Walmart nos Estados Unidos, John Furner, declarou à Bloomberg News que indivíduos que adquirem esses medicamentos em suas farmácias estão comprando menos comidas em suas lojas. Segundo ele, esse público está adquirindo menos unidades de alimentos e menos calorias no seu mercado.

De acordo com a empresa Trilliant Health, as receitas desses remédios quadruplicaram entre o fim de 2020 e 2022, com mais de 9 milhões de receitas sendo emitidas nos últimos três meses de 2022.

Percebe-se, dessa forma, que o Ozempic e seus semelhantes estão mudando rapidamente o mercado. Agora, cabe às indústrias adaptar-se aos novos hábitos e costumes dos seus consumidores, sob o risco de ficar para trás.

Com informações do Quartz e da NBC News.

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