Ciência

Origem dos cães: crânios de 11 mil anos revelam primeiras raças

Pesquisas indicam seleção de traços, deslocamentos e trocas que moldaram a diversidade canina observada nas raças atuais

A presença de características distintas entre grupos sugere que diferentes comunidades valorizavam atributos específicos (Justin Sullivan/ Getty Images)

A presença de características distintas entre grupos sugere que diferentes comunidades valorizavam atributos específicos (Justin Sullivan/ Getty Images)

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 06h28.

Pesquisas reunidas pela revista Nature apontam que características presentes nas raças modernas de cães começaram a surgir há cerca de 11 mil anos.

Novas análises de fósseis e genes mostram como sociedades antigas influenciaram a evolução dos animais e estabeleceram práticas de criação e troca que moldaram a variedade observada hoje.

Seleção de traços

Uma análise de crânios caninos antigos identificou um formato distinto — focinho mais curto e face mais larga do que a dos lobos — registrado pela primeira vez em fósseis de quase 11 mil anos. Logo após esse período, pesquisadores observaram um aumento expressivo nos tamanhos e formatos dessas estruturas, representando mais da metade da diversidade presente nas raças contemporâneas.

Estudos genéticos reforçam que humanos antigos selecionavam características específicas e se deslocavam acompanhados por seus cães, transportando-os entre regiões e realizando trocas conforme o valor atribuído a determinadas aptidões. Segundo os cientistas, essa circulação contribuiu para consolidar as linhas que deram origem à ampla diversidade atual.

Outro levantamento divulgado pela Nature analisou os genomas de 17 cães encontrados no Leste Asiático e na Eurásia Central, com idade de até 10 mil anos. Ao comparar esses dados com genomas publicados anteriormente, pesquisadores observaram que populações humanas preservavam traços considerados úteis e mantinham relações próximas com seus animais.

A presença de características distintas entre grupos sugere que diferentes comunidades valorizavam atributos específicos, reforçando a importância cultural e funcional dos cães desde os períodos iniciais da domesticação.

Apesar do avanço nas análises fósseis e genômicas, os estudos divulgados pela Nature destacam que ainda não há consenso sobre quando, onde ou por qual motivo os primeiros cães foram domesticados a partir dos lobos.

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