Ciência

O último suspiro: Pesquisa indica o que as pessoas pensam antes de morrer

Homem epiléptico teve atividade cerebral registrada durante a morte, e resultado oferece pistas de como podem ser os últimos momentos de vida

 (Peter Finch/Getty Images)

(Peter Finch/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 06h00.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2022 às 06h34.

A vida passa diante dos olhos? Os entes queridos aparecem enquanto caminhamos para a luz? O que acontece ao morremos? Um grupo internacional de neurocientistas acaba de publicar um estudo que nos traz um pouco mais perto de descobrir a verdade por trás dos últimos minutos antes da morte.

O artigo inédito, publicado na Frontiers in Aging Neuroscience, mostra a atividade cerebral de um paciente de 87 anos que estava sendo estudado por algum tempo por conta de sua epilepsia.

As suas ondas cerebrais estavam sendo analisadas usando um dispositivo de eletroencefalografia (EEG) para outra pesquisa. Porém, ainda ligado ao EEG, o idoso teve um ataque cardíaco e morreu, dando aos pesquisadores a oportunidade de registrar sua atividade cerebral por 15 minutos antes da morte.

Os neurocientistas descobriram que houve um aumento nas ondas cerebrais, conhecidas como oscilações gama, que normalmente ocorrem durante o sonho e a recuperação da memória.

Assim, eles chegaram a conclusão que uma pessoa que está morrendo pode ter memórias de sua vida passando diante de seus olhos

“Através da geração de oscilações envolvidas na recuperação da memória, o cérebro pode estar reproduzindo uma última recordação de eventos importantes da vida pouco antes de morrermos, semelhantes aos relatados em experiências de quase morte”, disse o Dr. Ajmal Zemmar, autor do estudo, em comunicado

Vale ressaltar que, por se tratar de um único caso e de um homem com histórico de epilepsia e convulsões, não há como garantir que a experiência de todas as pessoas é assim.

Porém, o estudo inédito traz algum indício do que o fim da vida pode ser e outras pesquisas em ratos mostram uma atividade semelhante ao do cérebro do paciente.

“Algo que podemos aprender com esta pesquisa é: embora nossos entes queridos tenham os olhos fechados e estejam prontos para nos deixar descansar, seus cérebros podem estar revivendo alguns dos melhores momentos que vivenciaram em suas vidas”, disse Zemmar. 

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