Coronavírus: nova variante do vírus foi encontrada na cidade de Wuhan, na China (z1b/Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 18h41.
Última atualização em 12 de março de 2020 às 14h29.
São Paulo — O Covid-19, nova variante do coronavírus, foi definido como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última quarta-feira. O vírus já deixou mais de 4 mil mortos e cerca de 120 mil infectados ao redor do mundo. No Brasil, são 69 casos confirmados até 13h desta quinta-feira. E a contagem tende a aumentar à medida que a doença chega a mais cidades. Listamos, abaixo, as respostas dos especialistas às perguntas mais comuns sobre o novo coronavírus.
O coronavírus pertence à família de vírus chamada Coronaviridae, que tem representantes que vão desde um vírus simples de gripe até doenças de maior risco à saúde humana, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio, conhecida pela sigla MERS, (vinda de dromedários para humanos) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave, SARS (vinda de felinos para humanos). Essa última doença infectou mais de 8000 pessoas e matou 800 em uma epidemia em 2002.
A nova variante do vírus foi encontrada na cidade de Wuhan, na China. A primeira morte ocasionada pelo novo coronavírus ocorreu em 11 de janeiro deste ano.
A Organização Mundial da Saúde não descarta a possibilidade da contaminação entre humanos. Os vírus da família Coronaviridae se propagam de animais para humanos. Diversos vírus dessa família que circulam entre animais não têm casos de infecção em humanos.
No entanto, Zhong Nanshan, pesquisador e pneumologista que descobriu o coronavírus SARS em 2003, afirmou em uma entrevista à emissora de TV CCTV, que pertence ao Estado Chinês, que a doença pode ser transmitida entre humanos.
O vírus pode, em tese, se reproduzir ao se hospedar nas células de um ser humano. Com isso, quando se instala, o vírus se multiplica no corpo do hospedeiro. Porém, ainda pouco se sobre sabe a propagação do novo coronavírus.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde é parecida com a que a entidade dá para evitar que você pegue uma gripe.
É importante lavar frequentemente as mãos, seja com água e sabão ou com álcool em gel 70%; usar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir; evitar tocar nas mucosas dos olhos; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados e evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
Os sintomas do coronavírus são parecidos com os da gripe. São eles: dificuldade de respirar, coriza, tosse, dor de garganta e febre.
Grupos de maior risco, como idosos e crianças, podem desenvolver doenças mais graves ao serem contaminadas com o coronavírus, como pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, falha renal e morte.
Em caso de suspeita, segundo Nancy Bellei, infectologista e virologista da Unifesp, o paciente deve procurar algum serviço de saúde se apresentar alguns dos sintomas citados acima.
Ainda não há tratamentos eficazes conhecidos para combater o coronavírus. Por ora, não há uma vacina que impeça a contaminação pelo coronavírus. Por isso, apesar de não restringir viagens, a Organização Mundial da Saúde recomenda que os países redobrem a atenção em relação à saúde dos viajantes.
Os antibióticos, segundo um boletim da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), não fazem efeito sobre o coronavírus, porque não agem contra vírus, somente contra bactérias. Vacinas de gripe também não adiantam.
De acordo com a reportagem da CNN, o National Institutes of Health, que parte do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, já trabalha em uma vacina para combater a propagação da doença. No entanto, pode levar cerca de um ano até que ela seja lançada.