Ciência

O que é meningite meningocócica e por que ela ainda é tão perigosa

Provocada por bactérias, a doença que vitimou o neto de Lula é uma variação de um mal que, só até 2015, já havia afetado 8,7 milhões de pessoas no mundo

Vacina: a melhor forma de prevenir diversas variações da meningite, incluindo a meningocócica (Kevork Djansezian/AFP/AFP)

Vacina: a melhor forma de prevenir diversas variações da meningite, incluindo a meningocócica (Kevork Djansezian/AFP/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2019 às 07h02.

Última atualização em 3 de março de 2019 às 09h06.

São Paulo — Arthur Araújo Lula da Silva, um menino de apenas 7 anos e neto do ex-presidente Lula, foi a última vítima de uma doença grave, daquelas que evoluem tão rapidamente que são difíceis de ser tratadas: a meningite meningocócica. Provocada por uma bactéria chamada Neisseria meningitidis, ela é uma das variações de um mal que, só até 2015, já havia afetado mais de 8,7 milhões de pessoas no mundo — e levado a óbito pelo menos 379 mil delas, segundo estudo norte-americano da época. Mas, por mais perigosa que ela seja, é possível preveni-la com vacinas e algumas outras medidas de segurança.

A meningite pode ser causada por bactérias, fungos e vírus, mas é a bacteriana a que mais preocupa médicos e especialistas. A doença provoca a inflamação das membranas protetoras do cérebro e da medula espinhal, as meninges. Isso causa desde dores de cabeça no pescoço até febres, intolerância a luz e vômitos. No caso da variação meningocócica, a doença também faz com que manchas roxas apareçam na pele.

O diagnóstico e o tratamento precisam ser rápidos, porque a doença é fatal em 50% dos casos em que não há tratamento. Mesmo que ela não leve o paciente a óbito, a meningite meningocócica pode deixá-lo com sequelas, como dano cerebral ou perda auditiva. Além disso, ainda que o tratamento — antibioticoterapia, no caso das variações bacterianas da doença — seja iniciado rapidamente, algo entre 8 e 15% dos afetados pelo mal podem não resistir e falecer entre 24 e 48 horas após o início dos sintomas, segundo a Organização Mundial da Saúde (ONS).

O Ministério da Saúde do Brasil considera a vacinação uma forma eficaz de prevenção da variante bacteriana. Mas é preciso ficar atento, porque há vacinas específicas para diferentes tipos da doença no calendário anual da rede pública (como a vacina meningocócica conjugada sorogrupo C, a pneumocócica 10-valente e a pentavalente), mas existem tipos só disponíveis na rede privada. Algumas podem ser aplicadas em crianças já a partir dos 2 meses de idade e, em certos casos, é necessária a reaplicação a cada 5 anos. Ou seja, ainda que seja possível, a prevenção é um trabalho que precisa ser feito de forma recorrente.

Acompanhe tudo sobre:DoençasLuiz Inácio Lula da SilvaMeningiteMinistério da SaúdeSaúde

Mais de Ciência

Por que esta cidade ficará sem sol até janeiro

Astrônomos tiram foto inédita de estrela fora da Via Láctea

Estresse excessivo pode atrapalhar a memória e causar ansiedade desnecessária, diz estudo

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda