Ciência

Novos reservatórios de água são encontrados em Marte

A nova descoberta mantém a expectativa dos cientistas de que formas microscópicas de vida existam ou tenham existido em Marte

Marte: pesquisadores acreditam que as áreas úmidas encontradas no planeta são água em estado líquido (nemchinowa/Getty Images)

Marte: pesquisadores acreditam que as áreas úmidas encontradas no planeta são água em estado líquido (nemchinowa/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 19h24.

Última atualização em 30 de setembro de 2020 às 19h30.

Um grupo europeu detectou a existência de diversos lagos de água salgada no polo sul de Marte, segundo estudo publicado na segunda-feira, 28, na revista Nature Astronomy. O trabalho foi liderado por pesquisadores da Universidade de Roma III.

Em 2018, evidências de água líquida no Planeta Vermelho já haviam sido identificadas por cientistas que também fizeram parte deste novo estudo. Na época, foi encontrado um lago de 20 quilômetros de largura e pelo menos 1,5 quilômetro de profundidade na região, que ficou conhecido por Ultimi Scopuli.

Na pesquisa publicada nesta semana, os autores tentaram expandir essa análise anterior. Para isso, exploraram uma região de 200 por 350 quilômetros quadrados ao redor do local onde o primeiro lago foi detectado. Seus resultados "corroboram a descoberta inicial" de "uma massa estável de água líquida em Ultimi Scopuli", descreve o estudo.

Os pesquisadores acreditam que as áreas úmidas encontradas em Marte são água em estado líquido e as altas concentrações de sal provavelmente estão evitando que a água congele neste local gelado. A temperatura da superfície no polo sul do planeta é estimada em -172 graus Fahrenheit (-113 graus Celsius) e fica gradualmente mais quente com a profundidade.

As condições físicas, geológicas, climáticas e topográficas que permitem a existência dessas massas líquidas ainda são motivo de debate, enfatizaram os cientistas.

Para realizar as pesquisas, a equipe usou o radar Marsis, da Agência Espacial Italiana (ASI), que faz parte da missão Mars Express da Agência Espacial Europeia (ESA). Além disso, trabalhou com um método semelhante ao que tem sido usado na Terra para detectar lagos enterrados no Antártico e Ártico canadense.

A nova descoberta mantém a expectativa dos cientistas de que formas microscópicas de vida existam ou tenham existido em Marte

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