Desperdício: plásticos podem ser reutilizados como forma de energia (Rosley Majid / EyeEm/Getty Images)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 15 de julho de 2019 às 16h55.
Última atualização em 15 de julho de 2019 às 16h56.
São Paulo - Diante do fato de que nem todo o plástico desperdiçado pode ser devidamente reciclado, pesquisadores da Universidade de Chester, na Inglaterra, desenvolveram uma tecnologia capaz de transformar qualquer resíduo plástico em eletricidade e combustível.
Em parceria com a empresa de energia local PowerHouse Energy, o projeto W2T (Waste2Tricity) utiliza uma câmara de conversão térmica para reutilizar o plástico que seria jogado fora. Nela, o plástico é vaporizado e libera uma quantidade de hidrogênio que atua como gás natural sintético - syngas -, utilizado para a produção de eletricidade.
No final do processo, resta uma pequena quantidade de partículas sólidas e líquidas, mas nenhuma quantidade de gás é desperdiçada. O projeto ainda está em sua fase inicial, mas a PowerHouse tem intenções de construir uma fábrica em Chesire, noroeste da Inglaterra, para confirmar se a ideia permanece eficiente mesmo em grande escala.
A equipe de pesquisadores da Universidade espera que o projeto se torne global - estão desejando implantar usinas no sudeste da Ásia para reduzir a quantidade de plástico presente nos aterros.
O professor Joe Howe, um dos pesquisadores, relatou em comunicado que o W2T facilitará a remoção de lixo dos oceanos. "Um subproduto desse processo é a eletricidade, o que significa que o plástico usado não pode apenas carregar carros elétricos, mas também pode manter as luzes acesas em uma casa. Certamente o mundo deve acordar para essa tecnologia. Isso tornará o desperdício de plástico valioso com a capacidade de alimentar as cidades do mundo e, mais importante, pode ajudar a limpar nossos oceanos de lixo plástico agora", disse Howe, em comunicado.
Visto que a maior concentração de plástico desperdiçado vem da indústria da pesca, o projeto, se reproduzido em grande escala, pode facilitar bastante a limpeza do Oceano Pacífico. Abordagens como a do W2T poderiam garantir que as indústrias tivessem razões econômicas, legais e morais para deixar de poluir.