Ciência

Novo estudo permite identificar pessoas com pensamentos suicidas

Os pesquisadores Marcel Just e David Brent estudaram como o cérebro representava conceitos como a morte, a crueldade e os problemas

Suicídio: o suicídio é a segunda causa de morte entre os adultos jovens nos Estados Unidos (iStock/Thinkstock)

Suicídio: o suicídio é a segunda causa de morte entre os adultos jovens nos Estados Unidos (iStock/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 30 de outubro de 2017 às 18h51.

Londres - Uma equipe de pesquisadores desenvolveu um método inovador que permite identificar pessoas com pensamentos suicidas, analisando alterações produzidas no cérebro quando elas representam certos conceitos, informou a revista "Nature".

A pesquisa foi liderada pelos especialistas Marcel Just, da Universidade Carnegie Mellon, e David Brent, da Universidade de Pittsburgh, ambos nos Estados Unidos, que estudaram como o cérebro representava conceitos como a morte, a crueldade e os problemas.

A "Nature" alerta que o suicídio é a segunda causa de morte entre os adultos jovens nos Estados Unidos e que o estudo oferece um novo foco para poder avaliar a desordem psiquiátrica.

"Nosso último trabalho é único, pois identifica as alterações de conceitos que estão associados ao suicídio e ao comportamento, empregando algoritmos com os quais podemos avaliar as representações neurais de conceitos específicos relacionados com o suicídio", explicou Just.

"Obtivemos uma janela para o cérebro e para a mente, jogando luz sobre como as pessoas com pensamentos suicidas pensam sobre conceitos relacionados com o suicídio e as emoções", completou.

"O que é central nesse novo estudo é que podemos dizer se alguém está pensando em se suicidar pela maneira como pensa sobre esses assuntos relacionados com a morte", explicou Just.

Para chegar à descoberta, os pesquisadores apresentaram uma lista de dez palavras relacionadas com a morte, outras dez com conceitos positivos e outras com ideias negativas a dois grupos. Um deles com 17 pessoas com conhecidas tendências suicidas e outro formado por 17 pessoas sem essa tendência.

Eles explicaram o algoritmo a seis conceitos que discriminavam os dois grupos. Além disso, os participantes pensavam sobre cada uma delas enquanto estavam conectados a um scanner cerebral.

O programa pode identificar com 91% de precisão se um participante pertencia ao grupo de indivíduos com tendências suicidas.

Os especialista também fizeram um experimento similar para determinar se o algoritmo poderia detectar separar aqueles que tinham tentado suicídio. O programa teve 94% de precisão.

"Mais exames sobre essa abordagem com uma maior representação determinarão a habilidade (do algoritmo) de prever um futuro comportamento suicida", indicou Brent.

"Isso poderia dar aos médicos, no futuro, uma maneira de identificar, supervisionar e, talvez, intervir nesse pensamento alterado e distorcido que caracteriza as pessoas suicidas", completou o cientista. EFE

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