Ciência

Novo estudo aponta que anticorpos da covid-19 podem durar até 7 meses

Os pesquisadores também descobriram que a severidade da doença, mais do que a idade, pode afetar diretamente a produção de anticorpos

Coronavírus: doença já deixou mais de 1 milhão de mortos no mundo (Kiyoshi Hijiki/Getty Images)

Coronavírus: doença já deixou mais de 1 milhão de mortos no mundo (Kiyoshi Hijiki/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 23 de outubro de 2020 às 15h36.

Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 17h07.

Os anticorpos do novo coronavírus podem durar até sete meses, de acordo com um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL). Os pesquisadores também descobriram que a severidade da doença, mais do que a idade, pode afetar diretamente a produção de anticorpos. Quer entender a evolução da pandemia e o cenário de reabertura no país? Acesse a EXAME Research.

A pesquisa, que está sendo realizada desde março, levou em conta a sorologia de mais de 200 voluntários que contraíram a covid-19 durante esse período de tempo e também de 300 pacientes de hospitais e profissionais da área da saúde. Em 90% deles os anticorpos foram detectados de quatro dias até sete meses depois da infecção.

A maior prevalência de anticorpos em estágios iniciais da pesquisa havia sido encontrada em homens, mas o fator gênero foi equilibrado ao longo dos meses após uma infecção pelo SARS-CoV-2. Na fase aguda da resposta do sistema imunológico do corpo humano, o time de pesquisadores observou que a produção de anticorpos era maior naqueles que apresentavam casos graves da doença. Nenhuma diferença relevante entre idades foi encontrada.

"Nosso sistema imunológico reconhece o vírus como prejudicial e produz uma resposta de anticorpos contra ele, o que ajuda a combatê-lo. Nossos resultados mostram um padrão clássico de um aumento rápido de anticorpos nas primeiras três semanas depois dos primeiros sintomas da doença, como o esperado, e existe uma redução depois", explicou o coautor do estudo Marc Veldhoen.

Em parceria com o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), os pesquisadores também avaliaram a função dos anticorpos na neutralização do vírus. Apesar da redução nos níveis, os resultados mostraram que os anticorpos eram neutralizantes robustos.

A ideia é que, nos próximos meses, eles continuem a monitorar os pacientes para entender melhor quanto tempo os anticorpos podem realmente durar e quando o risco de reinfecção pode ser apresentado.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEpidemiasMortesPandemiaPesquisas científicas

Mais de Ciência

Há quase 50 anos no espaço e a 15 bilhões de milhas da Terra, Voyager 1 enfrenta desafios

Projeção aponta aumento significativo de mortes por resistência a antibióticos até 2050

Novo vírus transmitido por carrapato atinge cérebro, diz revista científica

Por que a teoria de Stephen Hawking sobre buracos negros pode estar errada