Ciência

Novo dinossauro é descoberto na Argentina — com um osso de 'crocodilo' na boca

Pesquisadores identificaram na Patagônia um dos esqueletos mais completos já encontrados do grupo dos megaraptores

Novo dinossauro: pesquisadores encontraram fóssil quase completo na Patagônia argentina (Andrew McAfee / Carnegie Museum of Natural History/Reprodução)

Novo dinossauro: pesquisadores encontraram fóssil quase completo na Patagônia argentina (Andrew McAfee / Carnegie Museum of Natural History/Reprodução)

Publicado em 29 de setembro de 2025 às 19h31.

Cientistas anunciaram a descoberta de uma nova espécie de dinossauro carnívoro na Argentina, batizada de Joaquinraptor casali.

O animal viveu entre 66 milhões e 70 milhões de anos atrás, pouco antes da extinção em massa dos dinossauros, segundo estudo publicado na última terça-feira, 23, na revista Nature Communications.

O fóssil foi localizado na formação rochosa de Lago Colhué Huapi, na Patagônia argentina, e oferece novas pistas sobre o enigmático grupo dos megaraptores.

Esses predadores se destacavam por crânios alongados e garras “muito poderosas”, disse o paleontólogo Lucio Ibiricu, do Instituto Patagônico de Geologia e Paleontologia, que liderou a pesquisa, em entrevista à agência Associated Press.

Dieta carnívora

O esqueleto encontrado inclui fragmentos do crânio, ossos das pernas, braços e cauda. O espécime argentino tinha pelo menos 19 anos quando morreu, mas a causa da morte ainda é desconhecida.

Um detalhe chamou a atenção dos pesquisadores: um osso de um parente antigo dos crocodilos estava pressionado contra os maxilares do dinossauro, sugerindo que o animal fazia parte de sua dieta.

“Esse achado ajuda a preencher uma lacuna importante, oferecendo um dos esqueletos mais completos já recuperados de megaraptores”, destacou Federico Agnolin, do Museu Argentino de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia, à AP.

Homenagem ao filho

A descoberta tem também um significado pessoal para o paleontólogo Lucio Ibiricu. Ele batizou o novo dinossauro em homenagem a seu filho Joaquín, que morreu ainda pequeno.

Em entrevista ao jornal argentino La Nación, o pesquisador contou que geralmente escolhe características do fóssil ou da região para nomear uma nova espécie, mas desta vez preferiu o tributo familiar. “Todas as crianças amam dinossauros, então ele provavelmente seria fã também”, afirmou.

De acordo com os cientistas, o Joaquinraptor casali ultrapassava sete metros de comprimento e pesava mais de mil quilos. Sem a presença de tiranossauros na região, é provável que essa nova espécie tenha ocupado o topo da cadeia alimentar das planícies úmidas da Patagônia pré-histórica.

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